Aplicações que exigem resposta imediata, como streaming e jogos, maior interação entre usuários, crescente tráfego de dados e soberania de dados são alguns dos fatos que levaram à aproximação dos Edge Data Centers da população.

Para que tudo isso seja viável nesse mundo digital, não deve haver disrupção e as infraestruturas de Edge mais uma vez desempenham um papel importante. Nesse sentido, foram encontradas necessidades básicas para garantir a continuidade dos negócios, em que estão soluções como backups de informações, proteção de informações por meio de sites alternativos e diversos mecanismos que garantem a continuidade operacional sob os melhores padrões de qualidade.

A disponibilidade de infraestruturas e continuidade de negócios foi o tema do painel O Data Center Edge 4 anos depois: O que mudou? no broadcast DCD> Infraestrutura Edge com especialistas da MTP, Sostic e Sistemas Premium. Antes da sessão, conversamos com eles para saber mais sobre a evolução dos Edge no México.

Expectativas atendidas?

A chegada dos Edge Data Centers no México e em todo o mundo significou uma mudança significativa, que se acentuou ainda mais em decorrência da pandemia. As empresas pós-COVID-19 transformaram sua mentalidade e entenderam a importância de manter por perto informações estratégicas para dar continuidade às suas operações, o que desencadeou uma busca cada vez maior por elas em locais mais disponíveis.

Por outro lado, como explica Javier Wiechers, vice-presidente de vendas da MTP, as empresas atualmente têm uma oferta maior de serviços. Essa realidade contrasta com o que ocorria há alguns anos, quando a concentração da procura em apenas algumas cidades e com um número definido de players no mercado era a tendência habitual. “Consideramos um sucesso que a cada dia haja maior concorrência no mercado e que tenhamos aproximado o Data Center de mais cidades do México. Tem sido fundamental apoiar as empresas locais que veem o Edge como um pilar em seus processos de transformação digital, uma alternativa à nuvem e suas instâncias on-premise, mas acima de tudo a confiança e praticidade de ter a infraestrutura que usam no dia-a-dia muito perto delas, bem como a proximidade em que seus dados são gerados. Destacamos que o modelo funciona e também quebramos o mito de que nossos Data Centers podem ser usados em vários setores e não apenas limitados ao 5G”, acrescenta Wiechers.

Os Edge vieram com expectativas, que na opinião de Javier Wiechers foram atendidas no México, embora ele indique que, em geral, os tomadores de decisão têm sido um pouco mais cautelosos ao escolher o tipo de Data Center no qual colocar seus equipamentos. “Acredito que talvez os governos em seus diferentes níveis também possam ter um caminho para o Edge, pois já foi demonstrado que em projetos de telecomunicações no México o modelo funciona muito bem. Eles poderiam ajudar muito o governo a estar mais próximo da sociedade para fornecer mais e melhores serviços com base em tecnologias hospedadas no Edge”.

Apesar desses avanços, Cynthia Pulido, diretora de vendas de Edge e Data Center da MTP, diz que inicialmente se esperava uma adoção mais rápida, mas a pandemia atrasou esse desenvolvimento em alguns anos. “Em comparação com a presença desses Data Centers em todo o mundo, o México foi muito mais conservador na incorporação dessas plataformas tecnológicas”.

Data Centers de borda e continuidade de negócios

O principal objetivo das empresas é garantir a disponibilidade de suas operações e a mais alta qualidade na hora de escolher onde hospedar sua infraestrutura de TI para ter uma boa base sobre a qual expandir seus negócios. “As nuvens públicas vieram para ficar, porém, ao longo dos anos vimos que nem tudo deveria estar na nuvem, embora existam indústrias que exigem soberania de dados, também existem algumas outras que exigem um ponto de retorno local e que todos os ambientes tecnológicos podem coexistir. O Edge Data Center, do nosso ponto de vista, é a estrutura fundamental sob a qual as operações de continuidade de negócios são baseadas”, argumenta Cynthia Pulido.

Alinhado com o que já foi dito acima, Luis Rubén González, Diretor Geral da Sistemas Premium, acrescenta que “são uma opção muito semelhante ao autoatendimento em que a infraestrutura e os links podem ser habilitados muito rapidamente, para uma execução estratégica de um Plano de Recuperação de Desastres (DRP), e se tornar um ponto adicional em que aplicações e informações como backups são replicadas e salvaguardadas e até mesmo para realizar balanceamento de carga e, por que não, ser o ponto no qual os serviços de propriedade de uma empresa são implementados”.

Próximas transformações dos Edge Data Centers

Os especialistas fizeram um balanço das lições aprendidas nesses quatro anos de experiências com o Edge no México. No entanto, também refletiram sobre as possíveis próximas transformações que virão com os Edge Data Centers em um futuro próximo.

Luis Rubén, profissional da Sistemas Premium, acredita que nos próximos anos, os Data Centers de Edge serão uma opção muito acessível para adotar e habilitar como peças fundamentais nesses planos de contingência e serviços titulares.

Por sua vez, Ricardo Cruz, Diretor Associado da Sostic, a partir de sua perspectiva como integrador de soluções, destaca a flexibilidade que os Edge Data Centers oferecem em suas operações e também quando se trata de poder fornecer replicação em diferentes locais e os serviços de backup que os clientes exigem. “Vemos um crescimento exponencial em direção a serviços que vão desde o Desktop As A Service (modelo DAAS) até qualquer solução de missão crítica no Data Center. Com a possível recessão econômica, os clientes terão desafios consideráveis para seus projetos, como renovação da infraestrutura tradicional, melhoria de seus Data Centers, segurança, etc.”, explica Cruz.

Tanto Javier Wiechers quanto Cynthia Pulido, da MTP, acreditam que haverá um crescimento nas densidades dos Edge. Além disso, um número maior de empresas migrarão seus equipamentos on-premise para esses Data Centers levando não apenas os ambientes alternativos, mas a produção e, portanto, os ambientes alternativos. O vice-presidente de vendas da MTP acrescenta outro ponto que tem a ver com testar outras versões do Edge, que não são apenas conteinerizadas, mas também em canteiros de obras úmidas e pequenos edifícios. “No entanto, pensando no ambiente de TI, sem dúvida algo que nos colocará à prova são novos casos de uso, como a inteligência artificial, dando às empresas a oportunidade de alcançar maiores interações imediatas e personalizadas com seus clientes, usuários, etc. Ou seja, o Edge nos dará a oportunidade de usá-lo de maneiras que antes não eram pensadas e não eram possíveis", diz o executivo.