Referência tecnológica no país, o CPQD integra o ecossistema de inovação aberta que vem alavancando o empreendedorismo, por meio de sua notória competência em Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Conectividade, Blockchain e Mobilidade Elétrica. Organização privada, com base em Campinas, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), entrega serviços e desenvolve tecnologias de produtos e de sistemas de missão crítica aderentes às necessidades complexas do mercado há mais de 40 anos.

Com foco na inovação em tecnologias da informação e comunicação, o CPQD mantém um portfólio abrangente de soluções que são utilizadas nos mais diversos segmentos de mercado, no Brasil e no exterior, e aceleram a geração de valor no processo de Transformação Digital. Em entrevista, Paulo Curado, diretor de Inovação do CPQD, fala sobre os projetos da instituição que vêm sendo realizados em Campinas e visam contribuir para a excelência operacional das organizações, transformação da experiência dos usuários, reinvenção de modelos de negócios, segurança e conformidade e a criação de novos produtos.


DatacenterDynamics: Desde quando o CPQD vem trabalhando em parceria com a Unicamp e a PUC-Campinas?

Paulo Curado: O CPQD possui um histórico bastante rico de relacionamento com as universidades de Campinas, seja devido à proximidade geográfica ou à sinergia em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Participamos das feiras de estágio realizadas pela Unicamp e pela PUC-Campinas, com o objetivo de atrair talentos para o CPQD. Nossos profissionais também têm contribuído para levar tecnologia de ponta aos alunos dessas universidades, por meio de palestras em diversos cursos de ambas as instituições.

DCD: Que projetos vêm sendo realizados em conjunto com a Unicamp e a PUC-Campinas?

P. C.: Atualmente, estamos trabalhando em projetos com a Unicamp nos temas Cidades Inteligentes, Mobilidade Elétrica, Saúde e Agronegócio. Nesse contexto, podemos citar a iniciativa do Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (HIDS), os projetos de Campus Sustentável, a Plataforma para Ambientes Urbanos Inteligentes e Modelos de Negócios Viabilizadores e o Brazilian Institute of Data Science (BIOS), que é um Centro de Inteligência Artificial Aplicada com trilhas de métodos, Saúde e Agronegócio.

Além disso, estimulamos os colaboradores, por intermédio do nosso programa de pós-graduação, a buscar cursos de Mestrado e Doutorado na Unicamp, com foco em áreas de interesse estratégico para o CPQD.

Com a PUC-Campinas, temos uma parceria envolvendo os alunos de graduação para que desenvolvam trabalhos da disciplina Práticas de engenharia dentro do ambiente do CPQD - a partir daí, avaliamos talentos potenciais para nossas vagas. Além disso, temos parceria para a qualificação de profissionais que fazem o curso de Mestrado em Gestão de Redes de Telecomunicações da PUC-Campinas e, ainda, estamos envolvidos em um novo curso que está sendo criado na universidade na área de Inteligência Artificial.

DCD: Que projetos ligados somente a cidade de Campinas e região o CPQD está envolvido ou lidera atualmente?

P. C.: O CPQD mantém uma relação de estreita cooperação com a cidade de Campinas - e não teria como ser diferente, já que é aqui que recrutamos talentos, desenvolvemos tecnologias e geramos inovações que contribuem para a transformação da indústria nacional.

O CPQD é membro do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campinas, fórum que tem o objetivo de apoiar e incentivar o desenvolvimento científico, tecnológico e da inovação na cidade e que contribuiu na elaboração do Plano Estratégico Campinas Cidade Inteligente (PECCI).

Além disso, os projetos de Campus Sustentável, Mobilidade Elétrica, BIOS e HIDS, todos com sede em Campinas, têm entre seus objetivos desenvolver conhecimento e tecnologias que possam ser replicadas em outras localidades.

DCD: Que soluções tecnológicas utilizadas na cidade ou que serão utilizadas você destaca?

P. C.: Desenvolvemos junto à Prefeitura Municipal de Campinas o projeto de pesquisa, desenvolvimento e inovação chamado SafeCity, que contou também com o apoio do MCTI e da Huawei. O objetivo desse projeto foi experimentar, em ambiente urbano real, tecnologias de Internet das Coisas (IoT) e de visão computacional com foco na melhoria da segurança do cidadão.

Nesse projeto implementamos uma arquitetura aberta que possibilita a integração e evolução de soluções para cidades inteligentes, que é totalmente aderente às diretrizes contidas no Plano Estratégico Campinas Cidade Inteligente (PECCI).

Uma plataforma IoT de código aberto - a dojot (www.dojot.com.br), desenvolvida pelo CPQD - foi implantada no data center municipal da IMA (Informática dos Municípios Associados), permitindo integrar e coletar dados de diversos sensores instalados na cidade. São câmeras de vídeo, sensores de nível em córregos e estações meteorológicas para monitoramento de microclima. Além dos sensores, foi integrada à solução uma plataforma de Inteligência Artificial da Huawei, capaz de executar algoritmos de reconhecimento facial a partir de imagens capturadas pelas câmeras.

Com base nessa infraestrutura, foram desenvolvidas aplicações para a Central Integrada de Monitoramento de Campinas (CIMCAMP), de modo a atender às demandas da Inteligência da Guarda Municipal, Defesa Civil e Mobilidade Urbana, contribuindo para dar mais segurança à população de Campinas.

Por ser uma arquitetura aberta, a solução não fica limitada a equipamentos, sensores ou softwares específicos de um fabricante. Isso permite que novos sensores, novas redes e até outras soluções de Inteligência Artificial, com novas funções, sejam integradas a ela sem necessidade de refazer todas as aplicações e sem perder a integração com os equipamentos legados. Consideramos esse um fator crítico de sucesso para qualquer projeto de cidade inteligente.