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A HostDime Brasil escolheu a cidade conhecida como “ponto mais oriental das américas” para instalar seu data center. João Pessoa está posicionada estrategicamente no meio do Nordeste, entregando geograficamente a menor latência na região. Além disso, a capital paraibana é vizinha de dois importantes centros tecnológicos do país (a cidade de Campina Grande, também na Paraíba, e o Porto Digital - Recife).

Desde a conclusão da construção, em 2017, o data center da HostDime já operava com uma estrutura padrão Tier III, certificação do Uptime Institute. Após cinco anos de operação, o data center vertical é um marco para a região, porque reafirma o eixo Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte como um importante polo tecnológico do país. O data center da HostDime é o único a receber essa classificação entre os estados de Sergipe e Rio Grande do Norte.

Instalado na região mais quente do país, o data center foi construído com base em critérios ambientais, a HostDime investiu em um sistema de climatização e obteve um PUE inferior a 1,5 cuja a perda de água é mínima. O consumo de energia é minimizado dada a inteligência de equipamentos, que contam com pré-cooling e também com velocidades 100% variáveis dos ventiladores.

“Os sistemas modernos de resfriamento que utilizamos, reaproveitam toda a água através de tubulação blindada. Para se ter uma ideia, em um sistema de 2400 tons, a perda é de menos de 2 litros de água por mês”, conta o CEO da HostDime Brasil, Filipe Mendes, que em entrevista revela as estratégias de eficiência energética da empresa, que opera seu data center com excelência na região com clima mais seco e temperatura mais elevada do país. Leia a seguir.

DatacenterDynamics: Além das já mencionadas, que outras estratégias voltadas para eficiência energética vêm sendo utilizadas pela HostDime?

Filipe Mendes: Em climas quentes, como o nosso, a aposta para eficiência energética está no investimento em usinas solares. Nossa usina solar abastecerá 100% da utilização atual, mais uma folga de 20%. Dessa forma, conseguimos planejar as expansões e manter a estrutura sustentável. A previsão é que entre em operação no segundo semestre deste ano.

Além de chillers com selo go green, a HostDime criou uma lógica, onde, deixamos o equipamento redundante em stand by e o mesmo assume a infraestrutura em caso de falha ou no momento do revezamento de acordo com a programação.

DCD: Com um data center instalado no Nordeste há mais de cinco anos, como a HostDime avalia a questão da escassez de água para a operação de seu data center?

F. M.: A escassez de água é algo que atinge muito mais o sertão nordestino. Como estamos localizados no litoral, mais especificamente na zona da mata, o volume de chuvas é bem maior, o que nos fornece uma boa segurança hídrica; tornando, assim, esse impacto insignificante para nossas operações. Mesmo assim, as tecnologias que utilizamos não produzem consumo elevado de água, o que é muito importante para garantir nossa alta disponibilidade.

DCD: A crise global de abastecimento está impactando a indústria de data center?

F. M.: A pandemia foi responsável por acelerar o processo global de Transformação Digital em 4 anos. A forte demanda atrelada aos problemas de logística foi responsável por atrasos e adaptações na entrega de projetos, sobretudo os de nuvem privada. Alguns sinais, contudo, estavam presentes desde o início da pandemia. Os Data Centers são muito sensíveis a variações que possam impactar seus negócios, pois lidam com sistemas de missão crítica. No início da pandemia, a HostDime adiantou as compras que faria nos 18 meses seguintes, fazendo com que os efeitos da escassez de cobre, semicondutores e componentes em geral fosse gerenciável em níveis aceitáveis. Nossos recursos de hardware em nuvem pública foram expandidos em 300% e o estoque para projetos especiais de nuvem privada foi projetado para atender e se adaptar às demandas futuras. Apesar de todas as medidas, alguns projetos necessitaram sofrer pequenas alterações. Este ano iniciou em certa normalidade e acreditamos que o pior já tenha passado, a menos que surja um fato novo.

DCD: Diante da crise climática global, quais passos a indústria de Cooling tem que dar para ajudar os data centers a melhorar a eficiência energética?

F. M.: Será necessário um forte apoio público para pesquisas relacionadas ao resfriamento, para garantir o rápido desenvolvimento e implantação de equipamentos cada vez mais eficientes em termos de energia.

A crescente demanda por condicionadores de ar é um dos pontos cegos mais críticos no debate atual sobre energia. Definir padrões de eficiência mais altos para resfriamento é uma das etapas mais fáceis que os governos podem tomar para reduzir a necessidade de novas usinas de energia, reduzir emissões e reduzir custos ao mesmo tempo. É preciso continuar investindo no desenvolvimento de tecnologias cada vez mais sustentáveis e, ao mesmo tempo, mais eficientes.

DCD: Que impactos têm hoje o uso nos data center da IoT, da Inteligência Artificial e do Big Data em termos de Cooling?

F. M.: Tudo que se gerencia de forma correta se aperfeiçoa, com isso essas tecnologias só têm a agregar, no sentido de monitoramento e geração de dados para tomadas de decisão pelos gestores de infraestrutura. Dispositivos IoT estão espalhados e presentes em toda nossa infraestrutura, tomando decisões automáticas e gerando dados (Big Data) para análise posterior. As tecnologias com Inteligência Artificial embarcadas estão cada dia mais acessíveis e desempenham um papel fundamental no gerenciamento de infraestruturas modernas.

DCD: A empresa tem intenção de abrir outros data centers no país?

F. M.: Estamos em processo global de expansão, com construções ativas na Colômbia, México e Estados Unidos. Todos os nossos novos Data Centers já são projetados e certificados Tier IV. Seguiremos no Brasil projetando, construindo e operando Data Centers Edge Tier IV em regiões carentes de centros de dados.

DCD: Quais são os planos da HostDime para o Brasil nos próximos anos?

F. M.: Com a obtenção de 7 ISOS e outros certificados, como SOC, PCI, Tier, etc, hoje somos o data center mais certificado da América Latina. Esse marco foi importante para consolidar nosso sistema de gestão e construir novos Data Centers para operá-los com o mesmo padrão de excelência. Todo esse investimento em tecnologia e qualidade é feito por pessoas, e não poderíamos deixar de concentrar boa parte de nossas ações nelas. Fomos eleita, a melhor empresa para se trabalhar no nosso estado base, a Paraíba. Também fomos eleitos a melhor empresa de TI para se trabalhar no Brasil, pela GPTW. Assim, nossos data centers sustentáveis e eficientes, interligados com a rede de telecomunicações de alta capacidade de nossa subsidiária e com uma equipe de excelência permitem oferecer uma experiência única para os nossos clientes. Por isso, para os próximos anos, pretendemos continuar aperfeiçoando nossos processos e operações. A melhoria contínua faz parte do nosso DNA.