“Um Data Center Moderno é capaz de fornecer Resiliência, Contingência e Velocidade e essas são características fundamentais quando buscamos a contratação de uma infraestrutura para fornecimento de serviços de Hosting, Colocation ou Cloud Computing. Devido a robustez de seus sistemas e o alto grau de disponibilidade dos equipamentos instalados temos a resiliência necessária para manter as operações locadas nestes ambientes”, relata Luis Kazuo Nishi, Business Development Director – LATAM, da Mendes Holler, ressaltando que, equipes de software, hardware e infraestrutura bem treinadas trabalhando em conjunto com sistemas operativos garantem a eficiência da contingência dos sistemas garantido a disponibilidade dos serviços.

“Outro ponto extremamente relevante é a questão da velocidade e agilidade nas trocas de informações. Estes ambientes se tornaram grandes pontos de troca de tráfego, diminuindo muito o tempo das interações, trazendo melhores performances em um momento de competitividade no alcance a lançamento de dados”, destaca o Business Development Director da Mendes Holler, que em entrevista aborda os conceitos que definem a evolução do data center.

Design, Engenharia e Arquitetura definem hoje o que é um “Data Center Moderno”?

Luis Kazuo: Definem sim, o mercado vive um momento de grandes oportunidades e grandes dificuldades, principalmente quando falamos em logística e prazos de entrega. A busca por um design arrojado e moderno e um projeto escalável se tornaram o objetivo dos grandes provedores de infraestrutura para entregar ao cliente o melhor custo-benefício de implantação.

Que características, além das já citadas, incluem hoje um data center dentro do conceito de “Data Center Moderno”?

L.K.: Um Data Center Moderno deve ser de fácil operação e manutenção, deve possuir alta conectividade com diferentes operadoras ou infraestrutura própria. Ser um carrier neutral com a convergência de inúmeras operadoras, possuindo disponibilidade e confiabilidade.

Em que contexto a pandemia acelerou o processo de modernização dos data centers?

L.K.: O aumento exponencial da demanda obrigou as grandes companhias a se adaptarem rapidamente a este novo formato de trabalho. A pandemia acelerou a modernização das infraestruturas, aumentando a sua capacidade de armazenamento e processamento e também de disponibilidade de conectividade, além da segurança na prestação dos serviços.

Que novas técnicas vêm sendo utilizadas e quais são a eficácia delas?

L.K.: Quando pensamos em infraestrutura existe uma tendência na mudança do conceito de refrigeração dos servidores alterando o meio de transporte da energia, mudando do ar para fluidos com maior capacidade de absorção térmica. Desta forma, vemos que o sistema de resfriamento por imersão tem encontrado espaço para seu crescimento considerando que sua utilização diminui as perdas do sistema provocadas pelas trocas térmicas do ambiente.

Além disso, novos padrões de arquitetura e design de processamento, flutuando sua capacidade em função da demanda momentânea de utilização buscam minimizar o consumo de energia elétrica e eficiência operacional, garantindo desempenho e produtividade automatizando processos e trazendo melhores resultados financeiros.

Disponibilidade Energética: qual é hoje o grau de importância das energias advindas de fontes renováveis para o Brasil?

L.K.: O Brasil possui uma matriz elétrica majoritariamente renovável, onde mais de 80% da produção é proveniente de fontes hidroelétricas, eólicas e solares. Como aproximadamente 70% desta energia é de origem hidroelétrica, somos dependentes dos ciclos de chuvas para manter a disponibilidade desta energia no sistema. Infelizmente condições climáticas têm aumentado o período de estiagem trazendo a necessidade do aumento da produção de energia através de fontes não renováveis. Por outro lado, o investimento em usinas eólicas e solares tem aumentado e a expectativa para o ano de 2022 é o acréscimo de 90% na potência instalada de usinas solares e 25% de usinas eólicas.

Que saídas viáveis o Brasil tem quando falamos em fontes alternativas de energia?

L.K.: O Brasil possui uma matriz elétrica energética limpa e precisa continuar com o investimento nessa área. Somos um país rico em recursos hídricos que poderia utilizar este recurso através da construção de Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCH) descentralizando a geração, diminuindo o investimento em transmissão e diminuindo muito o tempo de conexão destas usinas no sistema elétrico.

Também estamos acompanhando o crescente aumento da capacidade de geração das usinas solares e eólicas que estão buscando um lugar de destaque na matriz energética brasileira.

Quais são os principais problemas que as empresas enfrentam quando pretendem tornar seus data centers mais ecológicos?

L.K.: Quando falamos de sustentabilidade e eficiência um dos primeiros pontos de abordagem é o consumo elétrico dos sistemas. Como o Brasil é um país continental que apresenta diferentes características climáticas, temos dificuldades em implementar sistemas de refrigeração com baixo consumo de energia quando comparamos a infraestruturas construídas na Europa e nos EUA.

Porém, além da eficiência energética deveríamos buscar processos verdes e empresas que aplicam seus recursos em práticas sustentáveis. Quando falamos em infraestrutura de um Data Center um produto que possui um grande volume de utilização são cabos elétricos e cabos de telecom e desta forma acho importante citar o compromisso assumido pelo GRUPO PRYSMIAN que busca a redução das emissões geradas em suas operações até 2035 - 2050 prevendo um investimento na ordem de 450 milhões de euros.

Que receita uma empresa deve seguir quando decide tornar seu data center verde?

L.K.: Trazer os conceitos de Design, Engenharia e Arquitetura para o projeto incentivando a utilização de métricas e recursos eficientes;

Buscar a compensação da emissão dos gases de efeito estufa em acordo com o Programa Brasileiro GHG Protocol e também a compra de energia limpa e certificada atestando a procedência de fontes renováveis. E, por fim trazer fornecedores que busquem na sua cadeia produtiva a redução das emissões geradas e também possuam um programa de reciclagem dos seus equipamentos ao fim da vida útil.