As fases de projeto e construção de um Data Center envolvem diversos fatores e segmentos que incluem desde as certificações voltadas para a eficiência energética do site até a forma de utilização e instalação de materiais e equipamentos.

De acordo com a Planem Engenharia, por meio de concepções sustentáveis, é possível agregar ao projeto uma maior eficiência de energia, aplicando equipamentos mais eficientes e utilizando a Cogeração ou, até mesmo gerações de fontes renováveis, para melhorar o PUE e diminuir as emissões de carbono. Certificações LEED, por exemplo, são ótimos demonstradores de desempenho neste sentido.

"Ao mesmo tempo, o emprego de engenharias de valor traz diversos benefícios à construção de um novo site e, até mesmo, no retrofit dos já existentes. Com o olhar voltado para os processos de execução, a Planem tem se destacado pelo alto investimento no que chamamos de SET, que é o nosso Setor de Excelência Técnica e visa realizar estudos de engenharia que buscam trazer não somente economia financeira para o cliente, mas principalmente, resultar em menor consumo de materiais e mão de obra e, como consequência, ter menor geração de resíduos e, muitas vezes, ainda tornar a operação e a manutenção dos sites mais eficientes", avalia Maurício Dallevo Filho, sócio diretor da Planem Engenharia, que em entrevista destaca fatores que são de suma importância para que a construção de um novo Data Center seja o mais eficiente possível, desde a sua concepção até o funcionamento a plena carga.

Aplicar conceitos de sustentabilidade ao projeto e à construção de um Data Center altera muito no valor do investimento?

Existem dois pontos a considerar. O primeiro é que, quando falamos da compra de equipamentos de alta eficiência, estamos falando de tecnologias avançadas e, portanto, mais caras. Entretanto, com a redução de consumo energético que eles trazem há uma redução do valor da operação, o que justifica o investimento. Ou seja: o valor altera, mas numa análise financeira de longo prazo, torna-se viável e interessante. Pela nossa ótica, a implementação de fontes de energia renováveis, equipamentos de alta eficiência e cogerações ou refrigeração por meio de métodos alternativos como os water cooling systems, são itens que devem ser analisados pelo seu valor de investimento, não de custo incorrido.

Já o segundo ponto demonstra que o emprego de determinados procedimentos simples ao longo da execução da obra, na realidade, reduz o custo de construção do novo data center. Por exemplo: utilização de ferramentas manuais de alta eficiência, maior atenção ao desperdício de materiais, utilização de itens biodegradáveis de fácil descarte, política de logística reversa com fornecedores e fabricantes etc.

Somando-se os dois pontos, concluímos que a implementação de políticas sustentáveis e a contratação de empresas que trazem consigo a cultura de sustentabilidade não apenas valorizam mais o ativo do investidor como, em última análise, podem trazer reduções de custos iniciais de investimento.

Adotar tecnologias como BIM, Metaverso e Digital Twins é fundamental?

E fundamental, com certeza. Com o uso dessas três tecnologias é possível minimizar impactos no decorrer da obra através de dimensionamentos 3D que simulam performance e consumo, detectando ajustes a serem feitos antes mesmo do início da construção.

Além disso, empregando Metaverso e Digital Twins, conseguimos convergir os meios físicos com os meios virtuais, aumentando a eficiência nas previsões de espaço físico e condições térmicas e climáticas de utilização do Data Center.

De fato, a empregabilidade dessas três tecnologias em conjunto nos capacita a aumentar a eficiência e reduzir potenciais riscos na operação, por meio de simulações em condições cada vez mais próximas da realidade.

Construir diretamente Data Centers Verdes ao invés de atualizá-los após alguns anos de operação é economicamente mais viável?

A sustentabilidade já se mostrou financeiramente viável para aqueles que estão dispostos a transformar simples ideias em um valor a ser seguido.

A construção de um Data Center Verde busca conceitos e valores que serão vistos como pilares da sociedade em um futuro próximo, quando deixarão de ser diferenciais e passarão a ser exigências. Nós, da Planem, acreditamos que, os data centers com “selo verde” já são uma realidade e, no futuro, serão uma necessidade que todos nós deveremos seguir.

Reformas dificilmente conseguem seguir os mesmos padrões de qualidade de uma construção feita do zero, principalmente quando se trata de ambientes de missão crítica, que não podem parar suas operações. Por mais alto que seja o nível de planejamento e acompanhamento, é irreal imaginar que a qualidade e a confiabilidade do sistema continuem as mesmas, depois de passar pela série de trocas de equipamentos e materiais que têm de ocorrer.

Como os investimentos, construções e expansões estão mudando o cenário do setor de Data Center no Brasil? As empresas estão mais exigentes?

O mercado de Data Center está evoluindo muito no Brasil. O volume ainda se distancia muito do que se vê na América do Norte e na Europa, mas acreditamos na projeção de que essa diferença começará a diminuir com a importação de tecnologias originadas nessas regiões.

Pensando nisso, a Planem vem investindo fortemente em áreas de apoio à execução de obras, de modo a acompanhar os avanços tecnológicos do segmento. E faz isso por meio de treinamentos regulares, importação de tecnologias, conscientização sustentável, investimento em crescimento, boas práticas e segurança dos colaboradores. E a Planem documenta aquilo que busca, com as certificações ISO9001, ISO14001 e ISO45001. Dessa maneira, reflete a importância que dá aos seus padrões de qualidade e segurança, além da constante preocupação com a sociedade e o meio ambiente.

Nos últimos dois anos, temos visto a inauguração de mega Data Centers. Existe mesmo esta demanda?

Podemos ver hoje uma grande demanda, tanto para os chamados hyperscales, quanto para os Edge Data Centers. Vemos uma integração entre ambos os modelos, na medida em que o Brasil atravessa uma transformação tecnológica de alto impacto, que envolve desde o aumento de conceitos já previamente existentes, mas que ainda não tinham alcançado dimensões tão significativas como os de e-commerce, cloud-service para empresas e processamento da Indústria 4.0. Isso além dos novos avanços em áreas do 5G, que irão possibilitar a implementação de tecnologias que farão parte da base da sociedade em um futuro próximo, como o aumento de IoT, Carros Autônomos, Metaverso, AI etc. Um dos grandes exemplos que vemos é a recente divulgação do CHAT GPT pela Open AI, que tem potencial para revolucionar mercados inteiros, devido à sua capacidade de armazenamento e processamento.

A capacidade de processamento e armazenamento dos Hyperscales deverá estar atrelada à baixa latência dos Edge Data Centers para possibilitar os avanços que essas novas tecnologias terão a oferecer.

De que nicho vem a maior parte da demanda por Data Centers hoje?

Essa pergunta é importante, mas difícil de responder por diversos motivos. O avanço da capacidade de processamento de dados possibilitou o desenvolvimento de tecnologias capazes de impactar bilhões de pessoas. Algumas já estão em fase de implementação e outras, ainda, em testes e experimentos.

Como mencionamos no tópico anterior, Carros Autônomos, IoT, Metaverso e Chat GPT são todas tecnologias disruptivas. Mas, ao contrário do que se via no passado, quando quatro inovações capazes de mudar gerações faziam uma “corrida tecnológica” para ver qual seria a ganhadora, desta vez vemos que essas quatro são tecnologias complementares e não concorrentes, o que transforma tanto a tendência de crescimento como a magnitude desse universo em algo imensurável.

Sabemos que há demanda e que as empresas estão dispostas a investir nessas apostas, mas é muito difícil definir com exatidão de onde vem a maior parte dessa demanda.

Alguns especialistas apontam que nos próximos cinco ou seis anos o mercado de data center brasileiro chegará a maturidade. É isso mesmo?

Acreditamos que ainda levará um tempo maior para atingir a maturidade. Não devido à demora desse avanço no Brasil em si, mas devido ao que entendemos por maturidade hoje.

O mercado de data center se reinventa ano após ano, trazendo melhorias contínuas e aumento de eficiência. Aquilo que conhecemos como “maduro” hoje, já não será mais dentro de poucos anos. Sendo assim, acredito que o mercado brasileiro seguirá evoluindo substancialmente, porém ainda enxergará um longo horizonte de investimento.

Como a Planem busca se posicionar no setor de Data Center?


Os data centers estão em permanente evolução. Suas instalações elétricas e mecânicas são de altíssima complexidade e fundamentais para o bom funcionamento do site. Assim, é natural que os níveis de exigência sejam cada vez mais elevados, enquanto os prazos se mantêm desafiadores.

Assumir essas obras buscando exercer um excelente trabalho, com pontualidade, exige mais do que especialização contínua e investimentos no corpo técnico e em inovação. É preciso trazer consigo uma forte cultura corporativa de parceria e de comprometimento, até porque é esse conjunto que assegura a capacidade de executar obras altamente complexas com agilidade nas tomadas de decisão, mas sempre presando pela segurança.

A Planem, que sempre prezou pela qualidade, pela confiança e pelos relacionamentos de longo prazo, trabalhando lado a lado com seus clientes, há anos identificou valores semelhantes no mercado de data centers e viu, nessa identificação, a oportunidade de crescer com ele. Por isso, desde então passou a investir na sua própria especialização para atender ao segmento.