A ODATA segue em ritmo de expansão e acreditando no potencial do México, decidiu apostar no município de Querétaro, local em que instalou seu primeiro Data Center no país. A empresa brasileira anunciou recentemente a abertura da primeira fase da instalação mexicana.

A empresa tem um roteiro ambicioso para impulsionar seu crescimento e atender a demanda da região. Embora já esteja operando no Brasil, Colômbia, Chile e México, sua expectativa é aumentar sua infraestrutura nessas regiões. Uma expansão que também passa pela segmentação de países onde ainda não está presente, como é o caso do Peru.

Em entrevista com a DCD, Vitor Caram, Diretor de expansão latino-americana da ODATA, conta os detalhes da implantação do novo data center em Querétaro, além de iniciativas da ODATA de expansão da ODATA na região, em um momento de escassez de talentos.

O que motivou a ODATA a abrir um Data Center no México e especificamente por que Querétaro?

A ODATA já havia iniciado sua expansão em países como Colômbia e Chile, e o próximo passo foi o México. Observamos que assim como no Brasil, o país passa por um período de rápida evolução digital, como a introdução de sistemas de Edge Computing e a implementação de sistemas em nuvem. Por isso, é fundamental investir no aumento da conectividade e espaço para armazenamento de dados, bem como na otimização das plataformas de gerenciamento de Data Centers. Decidimos construir nosso primeiro Data Center no México no estado de Querétaro, mais especificamente na cidade de El Marqués, localizada no centro do país e a 221 km da Cidade do México. O local foi escolhido por ser um polo tecnológico para diversas indústrias e uma das regiões mais desenvolvidas do país, além de ser um importante nó de conexão para backbones de telecomunicações.

A ODATA planeja continuar crescendo no México ou já está com foco em outros países onde ainda não está presente?

Este Data Center atende as demandas de clientes hiperescala, sendo o primeiro data center do país a oferecer tal modalidade, com suporte necessário para aplicações robustas e escaláveis. Entendemos que a hiperescala é a vocação do nosso campus, mas estamos trabalhando em novas etapas de expansão, como a construção de um segundo prédio que nos dará a oportunidade de explorar outras demandas da região. Por isso, já temos projetos para continuar crescendo no México. Neste, nosso primeiro projeto, conseguimos garantir a capacidade de desenvolvimento de nossos clientes. Estamos prontos para atender um mercado que vem passando por grandes mudanças. Temos planos ambiciosos e uma equipe preparada para lidar com o crescimento da demanda na região. Operamos no Brasil, Colômbia, Chile e agora no México. Nossa expectativa é aumentar a infraestrutura ODATA nessas regiões. Em relação aos países em que a ODATA não está presente, planejamos chegar ao Peru.

E como está evoluindo a demanda por serviços de infraestrutura crítica no México?

Atualmente, com a Transformação Digital e todas as novas tecnologias, como a Internet das Coisas (IoT), metaverso, realidade virtual e aumentada ou Big Data, utilizando uma grande quantidade de dados que precisam ser processados ​​de forma eficiente, os data centers desempenham um papel importante na economia digital, fornecendo uma “casa” não apenas para a informação, mas também para as plataformas e aplicativos que se tornaram onipresentes no mundo moderno. Por sua vez, o fio condutor para a operação contínua desses sistemas e para a entrega de conteúdo é a conectividade. No mercado de Data Center, que está no centro da evolução da digitalização nas regiões da América Latina, as infraestruturas estão experimentando um crescimento substancial para atender às demandas de evolução digital. E isso, por sua vez, tem levado as empresas a optarem por soluções mais modernas para gerenciar o crescimento dos dados. Um avanço nessa área é a migração da infraestrutura de TI com o objetivo de reduzir custos e melhorar o desempenho da operação. Muitas empresas estão se voltando para soluções mais versáteis e escaláveis, como Colocation e Computação em Nuvem.

Investir em tecnologia na América Latina tem seus desafios, sendo o principal deles o fornecimento de energia elétrica. No entanto, conseguimos identificar antecipadamente as limitações presentes e futuras e garantimos a energia necessária para desenvolver nosso primeiro data center no México em plena capacidade, bem como a energia para nosso segundo prédio, cuja construção começará no segundo semestre deste ano.

Que características do Data Center você destaca?

Após pouco mais de um ano de trabalho e investimento de US$ 79 milhões (aproximadamente R$ 388 milhões), o resultado é um data center que reúne o que há de mais moderno, com ênfase em eficiência energética e segurança. Construído em um terreno de 53.350 metros quadrados, o DC QR01 terá 30.400 metros quadrados de área construída. Além disso, possui ampla disponibilidade energética. O edifício tem atualmente 8,4MW e em sua fase final atingirá 32MW de capacidade de TI.

Assim como muitas outras empresas que atuam no setor, a ODATA tem enfrentado o problema de escassez de mão de obra qualificada?

Sim, ainda faltam profissionais na área de tecnologia da informação. Há um aumento na demanda por cursos voltados para a tecnologia, mas o crescimento não é rápido o suficiente para atender a demanda. Com isso, a estratégia de formação de pessoas passa pela complementação das equipes com profissionais fortes de outros mercados, gerando um ambiente de treinamento forte que trabalha sinergias para criar equipes de alta performance. Essa experiência está sendo muito satisfatória no México, onde estamos fortalecendo equipes com profissionais de diferentes origens, respeitando as características culturais locais para estabelecer uma cultura corporativa regional que nos fortaleça como plataforma latino-americana.