O mercado de ISPs (Internet Service Provider) de pequeno e médio porte (excluindo as MSOs – Multi Service Operators – Vivo, Tim, Claro, Oi e Algar) se encontra em plena expansão e ganhou um papel fundamental na ampliação da banda larga no Brasil e, por consequência, no progresso da inclusão digital. De acordo com dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), esses fornecedores foram responsáveis por cerca de 35% de todos os acessos de banda larga fixa no país – mais de 12 milhões de conexões ativas.

Na prática, os ISPs são empresas provedoras de serviços de internet normalmente localizadas em cidades em regiões distantes das grandes capitais, de modo que o serviço de conexão digital é oferecido regionalmente. Companhias menores podem atender de 2 mil até 200 mil clientes, enquanto ISPs maiores chegam a um milhão de consumidores atendidos.

Essas corporações costumam ter data centers com infraestrutura robusta para dar suporte para todos os usuários – com sistemas de backup baseados em baterias de chumbo para funcionamento de seus aparelhos. “Como esses ambientes são protegidos e climatizados, o uso de baterias de chumbo faz todo o sentido”.

Porém, quando falamos em infraestrutura distribuída de telecom, os PoPs, o uso das baterias de chumbo costuma ser um problema, pois estas são submetidas a condições operacionais mais hostis, seja pela ausência de um ambiente climatizado, alto nível de roubo e até mesmo alto custo com manutenções, dado que a bateria de chumbo normalmente não é monitorada remotamente”, explica Vinícius Berná, Business Development Manager na divisão de soluções em armazenamento de energia do grupo Unicoba.

PoP significa Point of Presence (ou ponto de presença, em tradução livre) e são locais espalhados geograficamente onde os ISPs acondicionam os equipamentos de telecomunicações necessários para garantir acesso regional à internet. “São locais muitas vezes isolados e onde a operação com baterias de chumbo pode oferecer grande risco à operação. O chumbo é um material muito furtado e as baterias estão por vezes alocadas em locais de temperatura alta – o que acelera o processo de degradação desse tipo de equipamento”, aponta Vinícius.

De acordo com o especialista, nesses casos, é altamente recomendada a migração da tecnologia de chumbo por baterias de lítio. “O recurso em lítio pode operar entre temperaturas de -5º a até 60º Celsius sem perda de vida útil; ela não parece uma bateria, mas sim um equipamento de telecom – o que afasta o interesse de ladrões; ela é menor que sua equivalente em chumbo (dada sua maior densidade energética) e é monitorável, de modo que é possível saber tudo que está ocorrendo no local, como tensão, corrente, temperatura – mesmo que à distância”, esclarece o executivo.

Em termos de custo, a princípio, a bateria de lítio pode parecer com um preço mais elevado, no entanto ela se paga a longo prazo. “Uma bateria de lítio custa o dobro da sua equivalente em chumbo, porém, tem uma vida útil 5 ou 10 vezes maior”, explica Vinícius.

Visto que os ISPs têm no coração de suas operações os PoPs, a migração da antiga tecnologia para uma mais atual e resistente pode se tornar um fator de primeira importância. “Quando a operação falha pelo motivo que seja, todo o trabalho do ISP cai por terra e não há SAC que suporte o excesso de chamados até que o problema seja resolvido. Aumentar a confiabilidade da operação reduz diretamente o churn do ISP”, finaliza o executivo.