63 nações assinaram um compromisso para reduzir as emissões provenientes da refrigeração em dois terços antes de 2033.

O Compromisso de Refrigeração, assinado na cúpula climática COP28, compromete as nações a reduzir as emissões em 68%, além de melhorar a eficiência energética dos sistemas de refrigeração. A iniciativa cobre a refrigeração para alimentos e medicamentos, assim como o uso de ar condicionado.

A indústria dos data centers é um usuário importante de sistemas de ar condicionado e, junto com outros setores, enfrenta uma demanda maior de refrigeração em resposta ao aumento das temperaturas globais.

Além disso, também é motivo de preocupação o rápido crescimento da densidade e a capacidade do setor de data centers, o que aumenta ainda mais a demanda de refrigeração e as emissões resultantes.

De acordo com as Nações Unidas, o compromisso pode proporcionar “acesso universal a sistemas de refrigeração que salvam vidas, aliviar a pressão sobre as redes energéticas e economizar bilhões de dólares até 2050”.

Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estima que mais de 1 bilhão de pessoas (principalmente na África e Ásia) correm alto risco de sofrer calor extremo pela falta de acesso à refrigeração, e quase um terço da população mundial está exposta a temperaturas mortais. Ondas de calor por mais de 20 dias por ano.

A refrigeração, portanto, é essencial, mas a indústria da refrigeração produz mais de 7% das emissões mundiais de gases de efeito estufa e a previsão é que as demandas de energia tripliquem até 2050.

“O setor de refrigeração deve crescer para proteger todos do aumento das temperaturas, manter a qualidade e segurança dos alimentos, manter as vacinas estáveis e as economias produtivas”, disse Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA, que apresentou o relatório na COP28. “Mas esse crescimento não deve ocorrer à custa da transição energética e de impactos climáticos mais intensos”.

Se for bem sucedido, o compromisso pode reduzir a demanda máxima de energia entre 1,5 e 2 terawatts (TW), o que representa aproximadamente o dobro da capacidade de geração total da UE atualmente. A menor demanda também reduzirá os investimentos em nova geração de energia entre 4 e 5 bilhões de dólares (19 a 24 bilhões de reais).

“É crucial reconhecer que os data centers contribuem demais com esse problema, e a atenção deve ser focada não só em desenvolver uma refrigeração mais respeitosa com o meio ambiente, como também, na medida do possível, em reduzir o volume de dados que armazenamos”, disse Tom Dunning, Diretor executivo da Ad Signal.