Até hoje era fato consolidado que o piso elevado em data centers cria um espaço para serviços de refrigeração, elétrica e mecânica, como uma maneira de distribuir ar frio. Além disso, ter um piso elevado em um data center significava facilitar a atualização de equipamentos ou a instalação de equipamentos. Também ajudaria com o número de cabos ocultos e a consolidação de portas físicas e plugues de energia. Mas essa realidade vem mudando no setor.

Panagiotis Lazaridis, CEO da LZA Engenharia, avalia que o piso elevado ajuda a ocultar infraestruturas de energia e dados. Contudo, acaba prejudicando na rotina diária da operação. "Quando é necessário passar novos circuitos elétricos, mais cabos de cabling ou F.O, é necessário abrir diversas placas de piso, dificultando o manuseio dos cabos e riscos de acidentes com as placas de piso elevado, que são pesadas”, observa ele.

Mas dentro do novo contexto, que pode ser uma tendência em data centers, a pergunta que fica é: sem o piso elevado como tudo será feito?
O CEO da LZA Engenharia explica que dentro da nova proposta, “o ar é insuflado diretamente nos corredores frios e em todo ambiente do data center. Apenas os corredores quentes são fechados. Este ar insuflado passa através do servidor resfriando o equipamento até chegar no corredor quente. Nesta área enclausurada o ar retorna no entreforro através de aberturas ou grelhas e por sua ver retorna para o equipamento de refrigeração. Isso contribui também com a melhora da eficiência do sistema de climatização, onde evitamos a mistura do insulamento com o retorno de ar quente".

Jorge Balcells, Regional Sales Manager | Latin America - Tate, reforça que sem um piso elevado, agora é ainda mais importante ter uma separação completa e selada entre o corredor quente e o frio. “Isto é conseguido através da contenção. Para um novo design e nova construção, existem vários estudos que concluem que a contenção do corredor quente é mais eficiente e reduz o OPEX”, diz ele, enfatizando que ter um piso elevado em um data center não facilita a atualização de equipamentos ou a instalação de equipamentos. “A grande implantação de hiperescala de hoje tem equipamentos pré-montados nos racks. Esses racks podem facilmente pesar 2.000 kg hoje. Como resultado, é mais fácil mover e instalar este equipamento pesado em uma superfície plana de concreto sem alterações de elevação ou superfície. O cabeamento e a distribuição de energia agora são feitos acima do piso elevado usando tetos estruturais ou vigas em balanço”, explica.

Franciele Nogueira, destaca que data centers sem piso elevado serão tendência. “A Scala Data Centers encontra-se totalmente alinhada com esta nova forma de construção de data centers. Como a manutenção e operação em um data center com essa característica é facilitada, isso é melhor para os clientes hyperscalers poderem ver exatamente como a estrutura está montada e monitorá-la”, aponta a Design Engineering Director da Scala Data Centers, acrescentando que outro benefício importante é que ao não se utilizar piso elevado, a logística é facilitada por ser um insumo a menos que se deve provisionar no projeto do data center, o que faz com que a construção possa ser concluída em um prazo ainda menor. “Isso é fundamental porque quanto maior a agilidade em disponibilizar data centers para clientes hyperscalers, melhor para eles iniciarem suas operações. Com efeito, prazo tem sido uma demanda muito importante para clientes com esse perfil e essa é uma das razões para a Scala adotar essa solução em seus data centers”, completa ela.

O painel "Data Centers sem piso elevado: a evolução da contenção do corredor quente", será realizado dia 8 de novembro, às 10:30, dentro do DCD>Connect e contará também com Fernando Madureira, Diretor Comercial da Deerns.