A empresa chilena de telecomunicações WOM pediu falência nos EUA.

A Bloomberg informou que a empresa entrou com pedido de proteção contra falência do Chapter 11 em Delaware, de acordo com documentos datados de 1º de abril. O pedido ocorre após a empresa não cumprir um plano para refinanciar 348 milhões de dólares (1,7 bilhão de reais) de dívidas com vencimento em novembro.

Em seu documento, a WOM listou mais de 1 bilhão de dólares (5 bilhões de reais) em dívidas.

O diretor executivo da empresa, Chris Bannister, disse que a empresa de telecomunicações entrou com pedido de proteção do Chapter 11 em um tribunal de falências dos EUA, como a melhor opção da empresa para permanecer viável.

“O número de ações desse tipo contra a empresa pode aumentar no curto prazo se a posição de liquidez não se estabilizar imediatamente”, acrescentou o diretor de reestruturação Robert Wagstaff.

De acordo com o pedido, a WOM pode continuar operando enquanto trabalha para pagar seus credores.

A WOM atribuiu seus problemas financeiros ao atraso no lançamento do 5G, enquanto as empresas de classificação de crédito rebaixaram a dívida da WOM no início do ano passado, incluindo títulos de 2024 e 2028 totalizando 649 milhões de dólares (3,2 bilhões de reais), disse Wagstaff.

A WOM também teve problemas para construir torres de telecomunicações a tempo.

“A empresa está em um processo de arbitragem internacional com o governo do Chile sobre restrições à construção de torres de celular em certas áreas do país”, disse ele.

“A incapacidade da empresa de construir torres no ritmo esperado impediu que ela vendesse as torres construídas sob o contrato de venda e aluguel com a Phoenix Tower International e privou a empresa de liquidez estimada em 25 milhões de dólares (126 milhões de reais) em 2023”.

Esse rebaixamento levou a Corporação Interamericana de Investimentos, subsidiária do Banco Interamericano de Desenvolvimento, a reduzir sua linha de crédito à empresa.

Em um comunicado separado, a WOM confirmou que garantiu até 210 milhões de dólares (1 bilhão de reais) em financiamento de credores liderados pelo JPMorgan Chase para financiá-lo por meio de falência. Isso ainda está sujeito à aprovação judicial.

Fundada em 2015 após a firma britânica de capital privado Novator Partners LLP adquirir ativos da Nextel Chile, a empresa de telecomunicações se tornou a terceira maior participação de mercado do Chile, atrás apenas da Movistar e da Entel SA.

A companhia atende mais de oito milhões de clientes e emprega cerca de 7.000 pessoas.