O turbulento cenário mundial, com inflação e escassez da força de trabalho, tem levado governos a entrar de vez na era da digitalização. Segundo dados do Gartner, os gastos governamentais com TI devem ultrapassar os US$ 589 bilhões até o fim deste ano, registrando um aumento de 7,6% em relação a 2022.

A fim de oferecer mais e melhores ofertas de serviços aos cidadãos, a maior parte desses investimentos está centrada na modernização de aplicações, com 57% dos CIOs que atuam em governos planejando focar nessa área. "A modernização é um processo que melhora o desempenho e a capacidade de sistemas mais antigos, ao invés de substituí-los. Isso permite às entidades governamentais aumentar a agilidade e os orçamentos para projetos estratégicos, influenciando a inovação e a entrega de novos serviços digitais aos cidadãos", explica Thiago Araki, diretor sênior de Tecnologia da Red Hat para a América Latina.

Isso envolve a substituição de cargas de trabalho legadas existentes, passando-as para uma plataforma de nuvem moderna, geralmente baseada em Kubernetes. Implica também na divisão de aplicativos monolíticos em partes menores, como microsserviços. Uma tarefa que pode parecer assustadora sem o conjunto de ferramentas certo.

"Os investimentos em modernização de aplicativos devem aumentar com o suporte de mais ofertas de soluções de software como serviço, especialmente aquelas baseadas em open source. O código aberto permite inovar com mais eficiência ao longo do tempo e com custos mais baixos. O acesso à tecnologia é muito mais rápido e democrático, além de desburocratizar o processo de compra pelo Estado”, destaca Paulo Bonucci, vice-presidente sênior e gerente geral da Red Hat para a América Latina.

O valor da nuvem híbrida

Ferramentas de código aberto permitem aos governos integrar novos recursos digitais com grande número de plataformas legadas, migrando gradualmente para plataformas mais novas, que possibilitam o desenvolvimento e entrega de serviços digitais, além da troca de informações entre silos de forma rápida e eficaz. Entre as distintas soluções para auxiliar no processo de modernização, a nuvem híbrida é, sem dúvida, o ponto central.

A nuvem deixou de ser uma solução tecnológica usada para reduzir os custos para se transformar em um elemento estratégico, que gera escalabilidade e inovações em governos de todo o mundo. "Devido à grande quantidade de informações armazenadas e processadas pelos governos, contar com o apoio da nuvem híbrida é fundamental. Ela não oferece dependência e os aplicativos e operações podem ser movidos com segurança, cumprimento de padrões e com a transparência que o open source oferece", diz German Soracco, VP de Vendas e líder dos Negócios em Nuvem da Red Hat para a América Latina.

A integração de elementos de aplicação diferentes entre nuvens distintas permite adotar ferramentas flexíveis de integração para conectar serviços ou aplicações em ambientes distintos, gerenciando APIs e protocolos diferentes. "Com a modernização das aplicações em uma plataforma nativa em nuvem, é possível acelerar sua entrega, fator crucial para os governos, além de ajustar a velocidade de implementação e escalabilidade da tecnologia e aumentar a eficiência operacional", explica Paulo Ceschin, diretor de Vendas da Red Hat Brasil.

Cultura da modernização

Na América Latina, a maioria dos governos já entendeu a necessidade de modernizar sua TI para oferecer serviços cada vez mais ágeis e eficientes à população, ao mesmo tempo que melhoram sua governança. Prova disso é que, em 2022, dos 33 países da região, incluindo o Caribe, 58% (19) superavam a média global de digitalização, enquanto seis (Uruguai, Chile, Argentina, Brasil, Costa Rica e Peru) situam-se no nível muito alto no Índice de Desenvolvimento do Governo Eletrônico (EDGI).

Os governos podem aproveitar ainda mais o valor gerado pela digitalização adotando a inovação aberta e promovendo uma mudança cultural focada na flexibilidade, na resiliência e na governança. "Aqueles que o fizerem vão alcançar resultados mais significativos, como melhor conformidade tributária, assistência eficiente a pessoas em condições vulneráveis, crescimento inclusivo, comunidades seguras, economia com emissões líquidas zero e infraestruturas físicas sustentáveis e resilientes", finaliza Alexandre Duarte, VP de Serviços da Red Hat para a América Latina.