O mercado de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil está em expansão, oferecendo oportunidades significativas para profissionais qualificados. No entanto, esse crescimento se depara com um desafio crucial: o déficit de formação na área, que impede o preenchimento eficaz dessas vagas. Segundo a Brasscom, associação de empresas deste setor, existe uma demanda média anual de 159 mil profissionais no país, mas o Brasil só forma 53 mil profissionais por ano. Ou seja, para cada três vagas criadas, apenas uma é preenchida. 

Gustavo Santos, CTO da Callface, empresa de tecnologia, conhece bem essa realidade. Segundo ele, está cada vez mais difícil encontrar profissionais com determinadas qualificações, uma vez que o mercado está muito competitivo e os bons profissionais normalmente já estão empregados e pedindo salários maiores. Fora isso, a pandemia criou um ambiente mais confortável, mudando as relações de trabalho, fazendo com que a maioria prefira continuar no sistema de trabalho híbrido ou 100% em home office. 

“A concorrência sempre vai existir, porém, com o home office, abriram-se novas oportunidades de trabalho até no exterior e sem sair de casa, ampliando as oportunidades para candidatos e aumentando a nossa dificuldade em contratar esses profissionais. O que fazemos para atraí-los e retê-los é vender a ideia do projeto e ofertar um salário justo, fazendo com que o profissional seja parte da empresa e não apenas um funcionário”, enfatiza Gustavo.

Outro fator que contribui para a escassez de profissionais capacitados é a aceleração do setor que, a todo momento, é impactado pelas novas tecnologias, como Inteligência Artificial, Machine Learning, Metaverso. Essa evolução vai demandar competências específicas, tais como programação, análise de dados e administração de sistemas inteligentes – conhecimentos trabalhados na área de Tecnologia da Informação.

Segundo Rafael Dias, coordenador dos cursos da área de tecnologia da instituição de ensino UNISUAM, a constante evolução do segmento estimula os profissionais a se atualizarem a todo momento, sendo necessário tanto o conhecimento teórico como a experiência prática: "A educação formal permite que os estudantes se mantenham atualizados com as últimas tendências, padrões e tecnologias emergentes por meio de currículos revisados regularmente. A prática permite a aplicação para melhor compreensão e adaptação de habilidades para a transformação do conhecimento", explica Rafael.