A Microsoft assinou um acordo de remoção de dióxido de carbono que permitirá apoiar um projeto de reflorestamento e restauração na América Latina para compensar as emissões de seus Data Centers.

A empresa comprou oito milhões de créditos naturais de remoção de carbono em um acordo que vai até 2043. É, acredita-se, o maior acordo do tipo assinado até o momento.

A empresa receberá os créditos do BTG Pactual Timberland Investment Group (TIG) por meio de sua estratégia de reflorestamento e restauração de 1 bilhão de dólares (5,4 bilhões de reais) na América Latina.

O foco é a conservação, restauração e plantio de propriedades desmatadas e degradadas em regiões selecionadas da América Latina, incluindo o bioma Cerrado, no Brasil, um dos ecossistemas sazonalmente secos mais biodiversos do mundo. Cerca de metade do Cerrado já foi convertida para outros usos, e o TIG diz que o bioma continua enfrentando altas taxas de desmatamento impulsionado por commodities.

Com o apoio da instituição de caridade Conservation International, a estratégia visa proteger e restaurar aproximadamente 135.000 hectares de florestas naturais em paisagens desmatadas. Também busca plantar milhões de árvores em fazendas comerciais de árvores gerenciadas de forma sustentável em outros 135.000 hectares de terras anteriormente desmatadas e degradadas.

O TIG diz que até agora investiu em 37 mil hectares e já plantou mais de sete milhões de mudas e iniciou a restauração de aproximadamente 2,6 mil hectares de floresta natural.

Mark Wishnie, diretor de sustentabilidade do TIG e chefe da estratégia de reflorestamento da empresa, disse: “Estamos orgulhosos de trabalhar com líderes do setor como a Microsoft, que estão comprometidos em comprar créditos de descarte de alta qualidade e retirá-los como parte de uma descarbonização corporativa integral”.

“A liderança da Microsoft ajudou a construir um mercado de compensação de carbono de alta integridade. Eles estão abrindo um caminho que outras empresas podem seguir”.

Os termos financeiros do contrato não foram divulgados.

“Esse projeto exemplifica como o reflorestamento e a restauração podem alcançar a remoção de carbono em escala, ao mesmo tempo em que apoiam as comunidades locais e restauram ecossistemas vitais”, disse Brian Marrs, diretor sênior de energia e remoção de carbono da Microsoft.

A Microsoft pretende ser carbono negativo até 2030 e apoia uma variedade de projetos para atingir esse objetivo. Na semana passada, revelou que comprou 970.000 créditos de remoção de carbono baseados na natureza para apoiar projetos de manejo florestal na América do Norte implementados pela Anew Climate.

Também está assinando contratos de energia renovável para alimentar suas operações e investindo em projetos de captura e remoção de carbono em sua tentativa de eliminar suas emissões históricas.

Outros projetos florestais apoiados pela empresa incluem um projeto agroflorestal no Quênia, um projeto de reflorestamento no Panamá e dois projetos florestais adicionais no Brasil.