Oi
– Assessoria de imprensa

A empresa de telecomunicações Oi deu um passo importante em direção à reestruturação financeira ao protocolar, nesta terça-feira, junto à 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, seu novo Plano de Recuperação Judicial. A proposta foi aprovada pelo Conselho de Administração da companhia, mas continua sujeita a negociações antes de ser submetida à votação em Assembleia Geral de Credores, prevista para o início de março.

A Oi busca adequar suas dívidas financeiras à capacidade de pagamento, sem comprometer suas operações e expansão no segmento de fibra óptica. Dentre as propostas do plano, destaca-se a captação de até US$ 650 milhões (R$ 3,2 bilhões) por meio de empréstimo prioritário. A empresa também almeja obter recursos adicionais por meio de aumento de capital ou contratação de novas linhas de crédito para o refinanciamento das dívidas.

Como garantia, a Oi oferece a venda da ClientCo, empresa que concentra 4 milhões de clientes de fibra, e da participação da V.tal, uma empresa de rede neutra. O plano também inclui a reestruturação dos créditos de fornecedores Take or Pay, em consonância com as negociações em andamento com empresas de torres e satélites.

Rodrigo Abreu, conselheiro da empresa, explicou que este novo processo de recuperação judicial é necessário para equalizar as dívidas financeiras, principalmente aquelas atreladas à variação cambial. A negociação está voltada para bondholders, detentores de títulos de ECAs e bancos nacionais, além de fornecedores de contratos Take or Pay.

Em termos operacionais, o Plano considera o investimento necessário para a operação da empresa, garantindo sua participação relevante no mercado. A Oi Fibra, principal produto da companhia, representa cerca de 60% da receita, sendo que a empresa busca aumentar sua participação no mercado nacional com uma abordagem comercial renovada, incluindo produtos de preços mais baixos e mais rígidos critérios de aquisição de clientes para garantir uma receita sustentável.

No terceiro trimestre de 2023, a Oi registrou prejuízo de R$ 2,83 bilhões, com a receita líquida totalizando R$ 2,42 bilhões, uma queda de 12,6%. A Oi Fibra, no entanto, cresceu 6%, alcançando R$ 1,11 bilhão, enquanto a área corporativa, Oi Soluções, teve uma redução de 7%, atingindo R$ 693 milhões.