O Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado desde 1972, tem como um dos temas para 2024 a restauração de terras devastadas. Ele não poderia ser mais assertivo para nós que estamos no Brasil. O país foi recentemente assolado por uma das maiores tragédias ambientais de sua história, causada por um dilúvio histórico no Rio Grande Sul: bairros inteiros submersos, veículos arrastados por correntes furiosas e um número impressionante de seiscentas mil pessoas desalojadas das suas casas. Agora, nos preparamos para a reconstrução de dezenas de cidades – incluindo a capital do estado, Porto Alegre – que nunca mais serão as mesmas.

Este cenário nos acende um alerta: é urgente que governos e empresas passem a implementar estratégias sustentáveis de forma real e efetiva para mitigar os efeitos da emergência climática, atuando para que desastres como o Rio Grande do Sul não se tornem rotina no Brasil e no mundo. Não podemos nos dar ao luxo de tratar as alterações climáticas como um risco futuro abstrato; suas consequências são manifestas, visíveis e estão se desenrolando diante de nossos olhos.

Para além da crise humanitária imediata, que desalojou cerca de 600.000 pessoas e fez centenas de vítimas, as inundações interromperam serviços críticos de saúde, energia e comunicação – estima-se que os prejuízos cheguem ao patamar de U$S 10 bilhões.

Com dois de seus sites em Porto Alegre, a Elea Digital Data Centers demonstrou resiliência e capacidade de reação ao suspender suas atividades em um data center afetado pela crise das chuvas e não só migrar sua operação regional para outra instalação que não foi afetada, mas também atender toda uma cadeia de serviços que precisava de um novo data center em regime de urgência – como a fornecedora regional de energia.

A Elea tem liderado uma transição vital para um futuro digital mais ecológico, implementando fontes de energia 100% renováveis para alimentar os nossos sites. Este não é um feito pequeno, uma vez que os data centers são atualmente responsáveis por uma parte significativa da procura global de eletricidade e produzem mais de 200 milhões de toneladas de emissões de CO2 anualmente – uma pegada de carbono aproximadamente equivalente à de toda a indústria da aviação.

Para além de atenuar o nosso impacto ambiental, a nossa abordagem frisa a urgência de adaptar prontamente as infraestruturas críticas para suportar os efeitos cada vez mais intensos das alterações climáticas. Projeções indicam, por exemplo, que 1,8 bilhão de pessoas em todo o mundo poderão sofrer de escassez de água até 2025 devido ao aumento das temperaturas e à alteração de padrões de precipitação. Por isso, uma de nossas metas é reduzir drasticamente o consumo de água em nossos data centers ao mesmo tempo que adaptamos nossa operação para a utilização de água de reuso para resfriar nossos equipamentos. Ao dissociar as operações da dependência dos combustíveis fósseis, o setor de data centers pode proteger-se a si própria – e aos seus clientes – da volatilidade e das interrupções no fornecimento que inevitavelmente afetarão as fontes de energia convencionais à medida que os impactos climáticos aumentam.

Como Diretora EHS, Sustentabilidade e Supply Chain da Elea, tenho a missão de contribuir com um time multidisciplinar nesta série de transições que estamos promovendo e garantir que nossa companhia esteja preparada para encarar com resiliência e eficácia cenários adversos como o que enfrentamos no Rio Grande do Sul. Nós sabemos que tragédias, infelizmente, tendem a ser parte da nossa realidade, mas é nosso dever construir planos de contingência e contribuir para a transformação sustentável que vai proporcionar um futuro em que cenas como as que vimos no estado não serão comuns.