As discussões na COP27, conferência sobre mudanças climáticas ocorridas em novembro do ano passado, nos lembraram da importância de ações para redução de nossos efeitos no planeta. Algo precisa ser feito agora, especialmente em tecnologia, em que apoiamos nosso modo de vida atual. Por outro lado, os decisores vivem o dilema entre cortar custos ou investir para crescer, onde o certo é encontrar o meio termo.

Li um artigo interessante de Bob Sternfels, sócio-gerente global da McKinsey, que sugere que grandes empresas e líderes serão as “que aproveitarem as oportunidades para jogar no ataque agora, fazendo apostas em novos negócios de energia verde, implantando capital em escala e descarbonizando os negócios existentes com as novas tecnologias”. Ele coloca a ideia de que, para sobreviver a condições comerciais difíceis e emergir fortes e competitivas, as empresas precisam de uma estratégia que englobe medidas econômicas e de sustentabilidade. O desafio é como obter o equilíbrio certo.

Como saber quais tecnologias terão o maior impacto em seus negócios sem prejudicar seus planos ambientais? É o que a McKinsey chamou de “momento de definição de liderança” e está certo. A maneira como os líderes de tecnologia abordam isso determinará o futuro de suas organizações.

É importante direcionar as verbas e esforços para uma análise do ambiente de tecnologia, se perguntar se o negócio está executando muitas aplicações de software? Se deveria haver consolidação de ferramentas e uma mudança para modelos de assinatura? E quanto aos gastos com cloud? Existem oportunidades para otimizar o uso da nuvem, removendo as ferramentas que não são necessariamente críticas para os negócios? Você está pagando pela capacidade não utilizada? 

A revisão de acordos com fornecedores de nuvem é crucial não apenas para economizar dinheiro, mas também para aumentar a transparência e o foco. Isso não deve significar que as organizações devem parar as migrações em nuvem, longe disso. Elas deveriam ser mais estratégicas sobre como fazem isso.

Acredito que uma das maiores áreas de preocupação no momento, tanto em relação a custo quanto questão ambiental, é o consumo de energia. Muito foi feito sobre o papel da Inteligência Artificial (IA) e da automação para ajudar a reduzir as emissões e os custos, mas também vale a pena ter em mente a IA fará com que as demandas aumentem os serviços de tecnologia. Como sugeriu um estudo recente da Universidade de Stanford, ninguém realmente conhece o verdadeiro impacto dos algoritmos de IA em termos de emissões, mas o foco em gerenciamento de dados mais eficiente e infraestruturas de dados é fundamental.

É um ponto importante, porque o que realmente estamos falando aqui é a medição, entender o que cada ativo dentro de uma organização custa financeiramente, mas também em termos de emissões. Se não for medido, como pode ser gerenciado? Isso certamente se aplica a estruturas de data center que estão no cerne da computação empresarial moderna. 

De acordo com pesquisas recentes da Atlantic Ventures, em 2020, os data centers consumiram 375 TWH de energia, o que corresponde a cerca de 1,5% do consumo global de energia. Não se trata de interrompermos nosso modo de vida digital, mas se trata de incluí-lo como um dos objetivos principais nas medidas de redução de emissões, gerando benefícios tanto de cunho ambiental como de negócios, então vamos ao ataque.