Ao longo dos últimos 30 anos, os data centers passaram por várias evoluções. Essas mudanças foram sustentadas por alterações nas próprias estruturas do data center, com o layout de como os componentes de computação, rede e software trabalham juntos tendo passado por rápidas transformações.

A primeira geração de data centers refletiu uma época em que muitos protocolos estavam em uso – Internet Protocol (IP), Internetwork Packet Exchange (IPX), Systems Network Architecture (SNA), entre outros. Embora cada um tivesse seu próprio modelo de roteamento de camada 3, eles eram bastante consistentes em como se comportavam na camada 2. O foco estava em uma arquitetura padrão de camada 2 na qual todos os protocolos coexistiam enquanto havia diferentes gateways de Camada 3 para entrar e/ou sair do data center. Foi por isso que os processadores da época foram otimizados para escala na camada 2, atendendo às necessidades das cargas de trabalho hospedadas no data center.

A segunda geração de data centers emergiu com o IP se tornando o protocolo dominante, o que significa que a tecnologia de então só precisava ser otimizada para IP. Diferente de seus antecessores do século 20, as arquiteturas dos anos 2000 suportavam tanto a camada 2 quanto a camada 3 em hardware e se concentravam em escalar conectividade IP; fornecendo comutação e roteamento em um modelo totalmente distribuído.

A introdução da terceira geração, por sua vez, veio para suportar a decomposição de aplicações dentro dos próprios data centers. Com o advento e a explosão da nuvem e das máquinas virtuais, as cargas de trabalho que apareciam como estruturas centralizadas monolíticas – e restritas à escala de um único servidor – então puderam ser decompostas em unidades menores e posteriormente implementadas para interagir umas com as outras em vários sistemas em todo o fabric.

Uma mudança direcionada aos data centers distribuídos

Apesar dessas evoluções graduais, as gerações mais antigas de data center nos apresentaram problemas. Ou seja, elas são construídas com camadas de infraestrutura em silos, hardware criado para fins específicos e gerenciamento fragmentado. Isso leva ao aumento de custos e a complexos modelos e operações de implementação.

Além disso, elas não suportam a mudança global para o aproveitamento de dados distribuídos, o que exige que as cargas de trabalho sejam processadas mais perto de onde os dados estão sendo realmente criados, em muitas localizações na borda. Isso não mostra sinais de desaceleração. Na verdade, o Gartner prevê que “até 2027, 35% da infraestrutura do data center será gerenciada por meio de um plano de controle baseado em nuvem, contra menos de 10% em 2022”.

O que é necessário é uma nova abordagem de arquitetura centrada na borda, habilitada para a nuvem e orientada por dados. Devemos trazer uma experiência de nuvem para os operadores de TI, seja em data center tradicional, co-location ou uma nova borda digital – com simplicidade, velocidade e segurança dentro de modelos de consumo flexíveis.

Agora, na quarta geração de rede de data center, pela primeira vez, tanto o hardware quanto o software estão em locais que permitem que o fabric do data center forneça verdadeiramente os serviços de infraestrutura necessários para suportar cargas de trabalho em escala. Em vez de pensar apenas como uma solução de segmentação e conectividade, o data center fabric agora pode evoluir para oferecer suporte a todos os serviços de infraestrutura que permitem uma escala de carga de trabalho.

Diante desse cenário, vamos detalhar os principais benefícios das arquiteturas de data center de quarta geração: segurança, gerenciamento de fluxo de trabalho operacional e integração com diferentes fornecedores.

Levando a segurança ao próximo nível

Os fornecedores descobriram na última década que ter um dispositivo diferente para cada componente de segurança criava complexidade e reduzia a segurança geral. Surgiram os firewalls de próxima geração (NGFW), integrando firewalls de rede, sistemas de prevenção de intrusão, antivírus de rede, controles de gateway da web, inspeção de DNS e detecção de malware - tudo em uma única plataforma. No entanto, o tráfego manteve-se no sentido Norte-Sul (do usuário à aplicação). Com muitas aplicações consistindo em serviços diferentes, isso significa que a visibilidade total do tráfego se torna difícil ou cara.

Agora, com a quarta geração de data centers, essa consolidação é trazida para todo o fabric, começando com duas das funções mais importantes no data center: segurança Leste-Oeste, necessária para qualquer implementação Zero Trust, e telemetria de rede completa (não apenas por amostragem).

Ambas são essenciais para cargas de trabalho decompostas. A segurança no data center é fundamental para evitar violações, enquanto a telemetria abre oportunidades para todas as soluções emergentes baseadas em machine learning, que podem automatizar a segurança e as operações de rede de maneiras que antes não eram possíveis sem a telemetria completa do data center.

Gerenciamento de fluxos de trabalho operacionais e integração com diferentes fornecedores

Outra vantagem da rede de data center de quarta geração são os recursos de gerenciamento de fluxo de trabalho operacional, desbloqueados por meio de integração e um ecossistema aberto e profundo. A capacidade de combinar vários produtos de rede e de armazenamento garante que os departamentos de TI obtenham uma visão completa da computação e armazenamento– essencialmente fornecendo uma visão do ciclo de cada carga de trabalho. Ao orquestrar um conjunto discreto de switches como um único fabric de rede, as operações diárias serão cada vez mais simplificadas.

Além disso, as empresas podem dar um passo adiante ao implementar switches de API gerados automaticamente para permitir a automação do fluxo de trabalho e uma interface simples de apontar e clicar, o que ajuda a reduzir a complexidade. Com automação de fluxo de trabalho baseada em eventos, a rede de data center de quarta geração pode oferecer suporte ao provisionamento, configuração e otimização de redes em tempo real sem a necessidade de intervenção, liberando assim um tempo crucial para as equipes de TI.

O caminho pela frente

Ao todo, os data centers de quarta geração apresentam às organizações um meio de se preparar para o futuro em um cenário de dados cada vez mais distribuídos, sustentados por estratégias de infraestrutura de rede que se integram a opções de entrega locais, colocation, nuvem e borda. Essa nova arquitetura sustentará cargas de trabalho em escala, com simplicidade, velocidade e segurança, empacotadas em modelos de consumo flexíveis com base nas necessidades de cada organização.