Um dos assuntos mais comentados da atualidade é a Inteligência Artificial, sendo também uma das áreas mais estudadas em decorrência de uma característica fascinante e peculiar: permitir que tarefas - antes exclusivas do ser humano - sejam executadas por máquinas por meio de algoritmos.  

No Brasil, por exemplo, a Inteligência Artificial é o principal tema de aprendizagem para 45% dos brasileiros, segundo a pesquisa Workmonitor, da Randstad, empresa de recrutamento e recursos humanos. A média nacional está acima da global e coloca o Brasil como um país entusiasta da tecnologia. 

Podemos dizer que entre as principais atividades desta tecnologia estão aprendizado, raciocínio, compreensão (e geração) de linguagem natural, visão computacional, reconhecimento de voz e imagem, tomada de decisão e planejamento, robótica, arte e criatividade, automação de processos, pesquisa científica e resolução de problemas complexos.

Atualmente, a IA vem sendo aplicada tanto por governos quanto por organizações privadas de todos os portes. Prova disso é que uma pesquisa recente divulgada pela Microsoft e pela Edelman Comunicação revelou que 74% das micro, pequenas e médias empresas do Brasil usam Inteligência Artificial. Indo além, seu uso é aplicado em diversas áreas como saúde, educação, finanças e entretenimento. Mas é importante mencionar que, à medida que essas aplicações crescem, surge também a necessidade de uma segurança cibernética mais eficaz.

Segundo um relatório da Netscout, o Brasil é o principal alvo de ataques cibernéticos da América Latina, com quase 42% dos casos na região. E não são somente as grandes organizações que estão à mercê destes criminosos cibernéticos. As pequenas e médias empresas, devido ao baixo custo investido em segurança e infraestrutura, e o usuário final, graças à ascensão da economia digital no país, tornaram-se vítimas bastantes atrativas.

Pensando neste aspecto de assegurar todas as informações, que é a cibersegurança, devemos avaliar a IA como uma aliada ou uma inimiga? Considerando que a IA não pode (e nem deve) substituir o ser humano, seu papel tende a ser crucial na luta contra os ciberataques, detectando automaticamente e com mais velocidade as ameaças,  anomalias e até mesmo automatizações de segurança.

Quanto à possibilidade de a IA ser usada em ciberataques, já podemos considerar isso como uma real ameaça, pois, ao passo que os cibercriminosos adquirem conhecimento técnico, eles também utilizam a IA para criar vulnerabilidades e ameaças cada vez mais poderosas. Diferente das ameaças tradicionais, os ataques baseados em IA são potencializados pela capacidade de aprender e se adaptar de forma autônoma, possibilitando crimes virtuais cada vez mais rápidos, destrutivos e em massa. De acordo com dados da CrowdStrike, o tempo médio de invasão, conhecido como ‘breakout time’, já está em 62 minutos. Neste caso, podemos dizer que está ocorrendo uma guerra silenciosa, e o ciberespaço torna-se um grande campo de batalha.

Diante desse cenário em que a IA assume um poder sem precedente - para o bem e para o mal, é de suma importância que haja um trabalho colaborativo entre os profissionais de cibersegurança, negócios e gestão de riscos para que as organizações estejam preparadas e atualizadas para lidar com novos ataques e oportunidades que a IA pode disponibilizar. Além disso, é necessário que haja uma colaboração mútua entre os governos, as organizações e a sociedade em geral para que sejam criadas leis e normas de compliance com o objetivo de que a IA seja utilizada de maneira segura, íntegra, ética e benéfica a todos.