Luis Fernando Rumbos tornou-se recentemente Managing Director da KIO para a Colômbia. Um anúncio que ocorreu praticamente em paralelo ao início das operações da empresa mexicana com seu Data Center KIO BOG1, localizado na Zona Franca de Bogotá, um entorno empresarial, cercado por mais de 350 empresas.

O momento certo e a oportunidade certa se uniram e a KIO desembarcou na capital colombiana após mais de 20 anos de experiência no México, um plano que eles já tinham em mente há vários anos. Nesta entrevista conversamos com Luis Fernando Rumbos para saber suas impressões nesses primeiros meses em seu novo cargo e a evolução da indústria nacional de Data Centers.

Como avalia esses primeiros meses no cargo de diretor administrativo da KIO Colômbia?

São meses emocionantes com muitos movimentos. Estamos contratando pessoal, trazendo especialistas de fora em cada área, além das pessoas que já tínhamos antes e que já tinham o know-how desse Data Center que é importante para acelerar a curva de aprendizado. Uma transição está ocorrendo a partir do equipamento que estava lá no Data Center.

Agora estamos focados em preencher o Data Center. A proposta de valor que temos na Colômbia é que temos o espaço disponível, não é uma promessa, tudo está instalado e pronto para receber os clientes.

O que o mercado colombiano significa para a KIO? O que isso traz para o seu negócio?

O negócio de Data Center está crescendo e evoluindo rapidamente. Players e compradores estão mudando e o impulsionador do crescimento do Data Center é a hiperescala e os grandes fornecedores de nuvem. É justamente por isso que compramos essa posição na Colômbia, porque é um dos mercados que vão explorar essa exposição de hiperescala. Depois de colocar os pés, o resto segue.

A Colômbia tem condições de estabilidade econômica e crescimento. Tem um PIB e população interessantes para muitos mercados que vão gerar a demanda por serviços digitais e, por trás disso, computação e, claro, o que se segue são os serviços de Data Center.

Qual é o potencial da indústria colombiana de Data Centers em geral? Qual é a sua posição em relação ao resto dos mercados da região?

Estudos dizem que a América Latina é o mercado que mais vai crescer em Data Centers. Isso ocorre porque não tínhamos infraestrutura de Data Center suficiente, porque antes os grandes players operavam nos EUA (mercados de primeira linha, como a Virgínia), mas eles já começaram a implantar nodos no Brasil e no México e depois de dois anos chegou a vez da Colômbia. Chile e Colômbia estão nesse segundo nível de Data Center. Nas Américas, a Colômbia será um dos países que mais crescem na América Latina.

A KIO oferece o know-how ao mercado colombiano porque estamos no México há 22 anos e somos nós que sustentamos a tecnologia e a transformação digital, que acaba chegando aos servidores e esses servidores aos Data Centers. Com Data Centers mais confiáveis, o desenvolvimento e aceleração tecnológica serão mais importante, algo que damos ao país. Além do investimento que fazemos no país, do pessoal que contratamos, impulsionamos o setor elétrico... Existem muitos serviços colaterais que vamos incentivar no mercado local.

Quais são as características desse Data Center?

Hoje temos seis salas disponíveis com 2,2 MW de potência. Temos um plano ambicioso para atingir 12 MW nesta instalação. Temos este prédio e compramos um terreno com as mesmas dimensões no terreno adjacente. Já temos todas as salas comissionadas e certificadas com um Tier 3 pelo Uptime Institute em operação.

Desafios?

A energia em Bogotá e no lugar particular onde estamos é bastante estável. O fornecedor é confiável. Estamos dentro da Zona Franca e já temos a energia contratada e planejada para crescer até os 12MW que almejamos, que poderíamos consumir hoje.

Como está sendo a recepção no país?

A recepção está sendo muito boa, agora estamos fazendo atividades promocionais. A cultura mexicana e colombiana são semelhantes, são países que construíram laços de irmandade e isso é levado para o campo tecnológico. É um nicho muito pequeno.

Diferenças entre México e Colômbia?

A Colômbia é um mercado muito avançado digitalmente, é uma referência regional para suas startups, que se tornaram unicórnios digitais nos últimos cinco anos. Há uma adoção crescente de serviços digitais. O negócio de infraestrutura é muito semelhante, não apenas no México e na Colômbia, mas em todos os países. Nossa missão e trabalho é oferecer serviços de alta tolerância e alta disponibilidade, algo que fazemos em todos os mercados.

Além de Bogotá, a empresa prevê investimentos e vê outras cidades da Colômbia como interessantes para novos projetos?

Bogotá é a ponta de lança e é nossa primeira aposta no país. É um mercado que concentra 30% do PIB do país e uma grande população. Mas existem outros mercados que olhamos como Medellín, Cali, Barranquilla e até no restante da região. A Colômbia tem um fenômeno que é ter um PIB distribuído, tem polos de desenvolvimento industrial fora da capital que não se vê em todos os países da região. Existem dinâmicas comerciais importantes nessas outras cidades que tornam interessante continuar crescendo no país.