O DCD>Connect São Paulo acontece nesta terça-feira (7) e quarta-feira (8), no Sheraton São Paulo WTC Hotel, reunindo a mais de 1.500 executivos da cadeia de fornecimento e design de Data Centers.
Além de networking, o evento contará com painéis, debates e sessões keynote sobre o setor de centros de dados.

Márcia Andrade, Principal Interconnection Manager na EdgeUno, será uma das participantes do DCD>Connect São Paulo. Ela participará na quarta-feira do painel "Como o Edge Computing está mudando as estratégias do mercado de Data Centers?", às 12:30. DCD conversou com Márcia sobre a temática do painel. Confira!

O Edge Computing está diminuindo a importância dos Data Centers centralizados? Como isso afeta os modelos de negócios das empresas?

Não. Na verdade, essa capilaridade só faz com que diminua a distância até o usuário final. Ou seja, menor latência, melhor experiência para o usuário final. Os Data Centers centralizados sempre serão os hubs para distribuição e interconexão desse tráfego e extremamente necessários. E essa distribuição fará com que localidades que não estão conectadas ou pouco conectadas passem a ter capacidade de computação local, conteúdo e distribuição de tráfego. Ainda existe uma carência muito grande em localidades periféricas. E essa carência é ligada diretamente à falta de investimento e retorno imediato ou diretamente proporcional ao valor inicial. Em contrapartida, a necessidade é imensa e um amplo campo a ser explorado e de retorno econômico significativo.

Os Edge Data Centers são mais adequados para certos setores ou casos de uso? Em quais cenários ele oferece as maiores vantagens?

Não existe um setor específico. Entretanto, alguns são mais beneficiados, principalmente quando se trata de distribuição de conteúdo. E essa capilaridade se mostra cada vez mais necessária. Hoje a urgência de armazenamento de dados em cloud e de edge computing, em geral, demonstra claramente que os edge data centers são uma realidade e não mais um prognóstico futurístico. Os cenários são amplos porque tudo ao nosso redor gira em torno de IoT (Internet das Coisas) e IA (Inteligência Artificial) e uma demanda cada vez maior de data driven (dirigida por dados) porque gerência os dados em todos os dispositivos que utilizamos no nosso dia a dia. E isso porque estamos vivendo uma transformação digital sem precedentes que demanda uma agilidade maior de processamento de dados, menor latência e diminuição de custos.

Como as estratégias de segurança de dados estão sendo adaptadas para garantir a proteção adequada nas instalações de Edge?

Esse é um assunto que precisa estar sempre em pauta e como prioridade porque a segurança assim como a conectividade é imprescindível quando se fala de tecnologia. E esse é o maior desafio de todos porque as estratégias para impedir / dificultar estão em constante desenvolvimento de novas tecnologias. As criptografias, chaves de acesso com autenticação em 2 fatores e as VPNs são algumas das estratégias usadas para diminuir a vulnerabilidade dos dispositivos conectados e dos dados. Entretanto, o lado humano de acesso aos dados não pode ser esquecido, assim como o treinamento de áreas e empresas. Não adianta investir em tecnologia de segurança e deixar a vulnerabilidade no erro humano porque, em contrapartida, vemos os phising, malwares e ransomwares cada vez mais sofisticados e atrativos nos levando à dúvida do que realmente é verdadeiro ou uma armadilha para obtenção de dados.

Quais são as tendências futuras que podemos esperar no mercado de data centers à medida que o Edge Computing continua a se expandir?

A necessidade do mercado é expandir e diversificar principalmente para o mercado informal, agronegócio, educacional e de conectividade nas pequenas cidades. Os últimos anos aceleraram o que normalmente aconteceria na próxima década segundo o que especulávamos. E de acordo com o que ainda podemos prever podemos dizer que a tendência é: Cloudy Ubiquity (Onipresença da nuvem) cujos maiores desafios são: velocidade, flexibilidade, resiliência e escalabilidade.

Ecossistemas regionais que significam ter uma estrutura cada vez mais conectada, independente e sustentável a fim de otimizar, distribuir e potencializar os recursos computacionais. ESG que quer dizer Environmental Social and Governance, mas na prática, engloba uma série de valores e novas práticas que as empresas deveriam seguir, desde a mudança das suas metodologias e até mesmo de paradigmas. E quando se fala de data center é importante citar Carbono-Inteligente porque visa cuidar da diminuição de emissão de CO2 a fim de que cada um tenha responsabilidade com as questões relacionadas à mudança climática.

Blockchain é outra tendência de computação edge porque se baseia em rastrear, verificar e gerenciar os dados aumentando a segurança dos dados em nuvem. Preciso citar todos os sistemas baseados em XaaS, como SaaS (Software as a Service), PaaS (Plataform as a Service), IaaS (Infraestructure as a Service) e etc. E isso porque movimentam todo o Ecossistema não só de Edge, mas de data center como um todo. E para finalizar não posso deixar de falar no avanço exponencial de IoT, IA e Machine Learning cujo desafio é ter cada vez mais capacidade computacional e mão de obra especializada para gerenciar e otimizar todos esses processos e sistemas.