Com o aumento do uso de dados ao redor do mundo, é fundamental pensar em novas formas de otimizar e modernizar as operações dos data centers, com soluções rentáveis ​​e que garantam o funcionamento contínuo e sustentável dos equipamentos –, principalmente quando pensamos nos compromissos de descarbonização energética.

Nos dias 07 e 08 de março, em nosso broadcast DCD>Energia Crítica, falaremos sobre o futuro dos data centers e a evolução do ecossistema de energia crítica na América Latina.

O que esperar deste evento?

Gabriel del Campo, Region VP Data Center, Cloud and Security da Cirion Technologies, nos deixa algumas pistas e respostas breves para questões que serão amplamente discutidas em nosso evento. Confira!

Quais são os principais desafios energéticos dos data centers na América Latina?

Na América Latina, como no resto do mundo, a digitalização traz diversos desafios para as organizações. O crescimento exponencial de soluções e dados (somado ao consequente aumento na procura de armazenamento e processamento) exige a implementação de estratégias que não só reduzam o consumo de energia nos data centers, como também visem melhorar a pegada de carbono. No primeiro caso, estamos nos referindo à eficiência energética, com maior impacto, e, ao mesmo tempo, a utilizar energia limpa, mantendo o controle dos demais insumos durante a operação, para torná-la sustentável.

Alguns estudos indicam que os data centers consomem mais de 2% da eletricidade produzida no mundo e estima-se que consumirão quatro vezes mais até 2030. Nesse contexto, é essencial desenvolver e implementar ações para reduzir o consumo e os custos de energia.

Nesse sentido, a McKinsey identificou quatro maneiras de reduzir consumo e custo: primeiro, usar soluções de desligamento de inteligência artificial, interrompendo os sistemas operacionais que não estão em execução.

Outra recomendação é usar a otimização de energia baseada em IoT, possibilitando leituras de consumo precisas por meio de sensores que medem a entrada e o consumo de energia da rede, além de detectar possíveis problemas e emitir alertas em tempo real.

Em terceiro lugar, realizar transformações estruturais e arquitetônicas, migrando para a nuvem e sistemas RAN de “nuvem limpa”. Por fim, avaliar as fontes de energia estrategicamente.

Em relação à nuvem, a IDC revelou que até 2025 a adoção massiva de computação em nuvem, no lugar de usar centros de dados locais, permitirá que as emissões de dióxido de carbono sejam reduzidas em pelo menos 1.000 milhões de toneladas métricas.

No caso da descarbonização dos data centers, visando ser sustentável, inclui iniciativas como o uso responsável de recursos, seja energia ou água; bem como priorizar medidas para reduzir a pegada de carbono de suas operações.

Como você vê o progresso no uso de energia renovável por data centers na América Latina?

Nossa região é um dos mercados de energia renovável mais dinâmicos, com imensas oportunidades de desenvolvimento.

Segundo a Organização Latino-Americana de Energia (OLADE), a América Latina e o Caribe é a região mais verde do planeta, considerando que "no contexto global, em termos de abastecimento primário, as energias renováveis ​​representam 33%, um percentual muito significativo”.

Nesse contexto, os data centers têm papel fundamental na transição energética e podem ser protagonistas da mudança. Segundo Statista, os investimentos em data centers “verdes” quase triplicarão em um período de apenas seis anos: estima-se que em 2026 ultrapassem US$ 140 bilhões contra US$ 49,2 bilhões em 2020.

O terreno é fértil para explorar o benefício máximo da energia renovável. No entanto, alguns dos principais desafios enfrentados pela região são, por exemplo, a falta de regulamentação mais específica, incentivos para investir e instabilidade política.

Como está evoluindo o uso de Smart Grids no setor de data center? Há investimentos dos data centers neste tipo de solução?

Em um cenário de crescente demanda energética dos data centers, novas soluções e tecnologias são necessárias para gerar maior eficiência, minimizar custos operacionais e facilitar a integração de sistemas de energia renovável. As redes inteligentes, ou smart grids, têm papel fundamental nesse sentido.

Uma pesquisa da Omdia, realizada na Europa, Estados Unidos e Austrália, revelou que 90% dos profissionais consultados esperam que essa tecnologia se difunda nos próximos quatro anos. Em nossa região, embora houve algum progresso, ainda há um longo caminho a percorrer.

Especificamente, um dos desafios centrais da América Latina se encontra nos investimentos em infraestrutura e também na distribuição, o que dificulta seu desenvolvimento e adoção em massa. Da mesma forma, embora a tecnologia já esteja disponível, a regulamentação, em alguns casos, não acompanha esse avanço.

A Cirion terá nos próximos meses o seu primeiro relatório ESG, o primeiro como Cirion, onde aparecerão as nossas iniciativas com base na análise de materialidade realizada com os nossos stakeholders, colaboradores, clientes e fornecedores; bem como os nossos KPIs e os progressos que vamos tendo a cada ano, em busca de ser uma empresa cada vez mais sustentável.

Veremos o hidrogênio verde se difundir na indústria de data center na América Latina?

Há muito otimismo sobre o potencial do hidrogênio verde como aliado para ajudar a descarbonizar as indústrias e promover a transição energética. O Banco Mundial apontou que nossa região representa 43% do total de emissões de gases de efeito estufa.

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Broadcast

La evolución del ecosistema de energía crítica en América Latina y su impacto en el sector de Data Center

O Acordo de Paris celebrado em 2015 estabelece o compromisso de reduzir o aumento da temperatura global para 1,5°C, em relação aos níveis pré-industriais. Mudar a matriz energética aponta nessa direção e o hidrogênio verde pode ser uma ótima alternativa para alcançá-lo.

A mesma instituição apontou, em recente estudo regional, que a América Latina possui diversas vantagens competitivas que a colocam em um lugar único no mundo. Por um lado, as regiões que atualmente impulsionam esta economia do hidrogênio não possuem recursos renováveis ​​para gerá-la, e é aqui que nossa região pode ser chave em comparação com outras, graças à sua localização geográfica estratégica e abundância de recursos.

Para isso, as sinergias entre os países serão importantes para poder aproveitar as oportunidades que se apresentam.

Devemos nos preocupar com a capacidade do ecossistema de energia crítica da América Latina diante da demanda dos futuros projetos de data centers na região?

Como vimos, embora uma maior digitalização gere uma procura crescente de data centers, existem várias iniciativas para alcançar maior eficiência energética e otimização de recursos, buscando dar respostas de forma sustentável.

Na Cirion, temos 18 data centers próprios na região, com suporte 24x7x365 e centrais de operação e segurança. Atualmente, contamos com 50 mil km de rede terrestre, mais de 36 mil km de rede submarina e 19 estações de pouso, dando suporte aos sistemas submarinos SAC, MAC, PAC, CC e TAC.

Para apoiar nossos mais de 6.400 clientes, construímos um ecossistema de alianças composto por provedores de rede e conteúdo, nuvem, data center, segurança integrada, voz e colaboração.


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