Os CIOs atuais — de todos os tipos de empresas — estão em uma jornada acelerada de Transformação Digital. Eles percebem que sua capacidade de implantar e consumir dinamicamente a infraestrutura digital certa, de forma segura e sustentável, será a principal base de vantagem competitiva no futuro. De acordo com a IDC, até 2023, a infraestrutura digital será a plataforma básica para todas as iniciativas de TI e automação de negócios em qualquer lugar e em todos os lugares. Tal plataforma precisa permitir a troca sem atrito de dados e operações entre ecossistemas da edge ao core.

Em meu trabalho como CIO, vejo tendências se desdobrando que irão extinguir a natureza sob medida de implantação e consumo de TI em apenas alguns anos. Impulsionados pela necessidade de uma infraestrutura digital ágil, automatizada e como serviço definida por software e autônoma, os engenheiros de DevOps assumirão a liderança no fornecimento de novos serviços e aplicações de TI sob demanda.

A Multicloud Híbrida se tornará a arquitetura predominante na modernização de aplicações e na prestação de serviços de infraestrutura, dando origem a novos desafios de complexidade que requerem infraestrutura mais programável, gestão transparente de ativos e previsibilidade de custos. Nos próximos cinco anos, a Inteligência Artificial e o Machine Learning trarão mais sofisticação à medida que as empresas demandam infraestrutura e aplicações que são operacionalmente autorresilientes. Essa mudança reduzirá a dependência do envolvimento humano e aproveitará o maior poder de processamento das máquinas, que permite que os ambientes se antecipem de forma autônoma e se adaptem dinamicamente às mudanças nas exigências de recursos.

Neste novo mundo, a segurança não será mais uma questão secundária, pois as empresas assumirão que os serviços de infraestrutura digital são seguros por design e configuráveis por meio de software. A sustentabilidade agora é uma expectativa para todos os negócios. Será uma medida central e inegociável do sucesso dos negócios, uma vez que as empresas e seus parceiros da cadeia de fornecimento se comprometem universalmente com uma pegada de carbono zero para cada instalação, desenvolvimento de produtos e serviços.

Dado esse cenário de Transformação Digital dinâmica, nossas previsões para 2022 se aprofundam nos fatores predominantes que irão acelerar e potencializar a implantação e o consumo da infraestrutura digital na próxima década. Continue lendo para saber o que pensam alguns de nossos líderes em relação ao que as empresas devem considerar à medida que preparam suas organizações para competir em um futuro cada vez mais digital.

Previsão n°1: Contornar a complexidade da Multicloud Híbrida ditará o sucesso do digital first

Leanne Starace, vice-presidente sênior de Vendas Técnicas Globais, aponta que até 2023, 40% da Forbes Global 2000 redefinirá seus processos de seleção de cloud para se concentrar nos resultados dos negócios em vez de nos requisitos de TI. Um dos maiores desafios para a TI nesta transição será apoiar a estratégia de negócios da organização via Multicloud Híbrida, ao mesmo tempo em que gerencia a maior complexidade. Na próxima década, a Multicloud Híbrida desempenhará um papel proeminente na determinação de como as organizações avançam suas estratégias digital first e fazem uso da infraestrutura de TI como serviço. Os líderes digitais que contornarem a complexidade da cloud, dos dados e do ecossistema por meio da automação, IA/ML, APIs e Edge Services ganharão uma edge competitiva significativa.

No Brasil, a Nuvem Híbrida é o método mais adotado de implantação de cloud entre os tomadores de decisão em TI, com 52% das organizações brasileiras atualmente optando por ela, de acordo com Eduardo Carvalho, presidente da Equinix no país. "A Multicloud também está em alta, chegando a 40% das respostas do Global Tech Trends Survey 2020-21 (GTTS), o dobro do registrado na pesquisa anterior. Metade dos líderes também vê a crescente complexidade da cadeia de suprimentos digital como um desafio ", diz Carvalho.

Previsão 2: AI e ML na edge irão potencializar o 5G e a IoT

Kaladhar Voruganti, membro sênior do time de tecnologia, destaca que os dados na edge estão explodindo com as tecnologias 5G e IoT em alta, impulsionando um mercado global de Edge Computing que deve atingir US$ 43,4 bilhões até 2027. Informações de veículos autônomos, drones, câmeras de vigilância e dispositivos médicos de IoT exigirão inferência do modelo IA/ML em tempo real na edge. Na próxima década, a IA/ML estará presente em todos os aspectos da vida humana: Robôs movidos a IA fornecerão serviços desde o cultivo e o transporte de alimentos, até a entrega dos mantimentos e o cozimento. Serão feitos avanços na área de políticas legais/públicas para melhor abordar a ética da IA/ML no que diz respeito à equidade, explicabilidade e proteção à privacidade.

"Esperamos ver um impacto especial no agronegócio brasileiro. O setor, que responde por um quarto do PIB do país, já investe em tecnologias avançadas. Porém, a chegada do 5G vai trazer mais agilidade e menos latência, com transmissão de dados em tempo real entre os sensores e os data centers, provocando uma verdadeira disrupção no negócio", observa o presidente da Equnix no Brasil.

Previsão 3: Novos modelos de confiança vão estar no topo da pauta de cibersegurança

Michael Montoya, diretor de Segurança da Informação, observa que ataques cibernéticos estão aumentando acentuadamente com a continuidade da pandemia global, levando a um custo previsto de mais de US$ 6 trilhões globalmente em 2021 e US$ 10,5 trilhões anualmente até 2025, de acordo com a Cybersecurity Ventures. Apesar dos riscos, as empresas continuarão a adotar serviços de cloud e a estender os limites tradicionais da rede para colaboradores e parceiros, o que é essencial para construir a vantagem digital. À medida que as empresas buscam seus modelos de negócios digitais, os cibercriminosos continuam a ultrapassar a indústria com seus ataques sofisticados. Os líderes de tecnologia devem ajudar suas empresas a navegar nas ameaças atuais e equilibrar os riscos à medida que se antecipam ao que vem a seguir.

Eduardo Carvalho destaca que o Brasil é um dos principais alvos do crime cibernético e que, nos últimos meses, o país viu muitas empresas e instituições públicas serem atacadas, sejam elas grandes ou pequenas. "O risco não impediu que as empresas brasileiras mantivessem seus planos de Transformação Digital, mas certamente os tomadores de decisão estão preocupados: 90% dos entrevistados pelo GTTS garantiram que a segurança cibernética é uma de suas prioridades. Percebemos que as preocupações com segurança cibernética e privacidade estão crescendo no país em geral, independentemente do cargo ou do tipo de trabalho exercido".

Previsão 4: as empresas em todo o mundo passarão para o net-zero

David Hall, membro da diretoria de Tecnologia e Arquitetura, aponta que iniciativas ecologicamente sustentáveis são agora fundamentais para o sucesso em organizações públicas e privadas em todo o mundo. Em sua carta aos CEOs de 2021, Larry Fink, presidente e CEO da empresa de gestão de ativos BlackRock, retrata o compromisso dos investidores com um futuro sustentável: "o mundo está migrando para o net-zero, e a BlackRock acredita que nossos clientes são melhor atendidos por estar na vanguarda dessa transição". A sustentabilidade está impulsionando a inovação em infraestrutura digital, que se estende desde políticas e operações de negócios até cadeias de fornecimento de ponta a ponta.

"Este caminho rumo a negócios e a um mundo mais sustentável é uma jornada de mão única. Organizações públicas e empresas no Brasil já estão se comprometendo com objetivos sérios, como a Equinix fez anos atrás, e outras se juntarão a nós, mais cedo ou mais tarde, respondendo às pressões de clientes e cidadãos. Confirmando essa percepção, um relatório liderado pelo Pacto Global das Nações Unidas e pela plataforma Stilingue mostrou que o uso da terminologia ESG nas redes sociais registrou um crescimento de seis vezes em 2020 em relação a 2019 no Brasil", diz Eduardo Carvalho.