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Gabriel Alday – CloudHQ

A CloudHQ, desenvolvedora global de Data Centers, apresentou no dia 1 de março, o projeto de um novo campus Hyperscale na cidade de Paulínia, Região Metropolitana de Campinas, São Paulo.

Segundo a empresa, o investimento total previsto para o campus será de até US$ 3 bilhões. A DCD conversou com Gabriel Alday, Business Development and Leasing Manager da CloudHQ, sobre o novo Data Center, desafios e o cenário para a construção de centro de dados na região.

Confira!

Quais são as características do novo Data Center na cidade de Paulínia?

Este é um projeto de grandes proporções, na primeira fase são 3 edifícios de 48MW de energia de TI cada, enquanto a segunda fase adicionará outros 3 edifícios com a mesma capacidade. É um campus de Data Center com dimensão, qualidade e confiabilidade no padrão dos Data Centers desenvolvidos pela CloudHQ ao redor do mundo.

Temos diferenciais importantes como a nossa própria rota de fibra subterrânea, que conectará o campus aos principais pontos de troca de internet na região, e a capacidade dos nossos clientes terem prédios dedicados com esta magnitude. Porém, uma das maiores conquistas deste projeto foi a aprovação da conexão do Data Center, diretamente a rede nacional de energia (rede básica), representando uma energia muito mais estável, confiável e de menor custo.

Quais foram os diferenciais na hora de decidir o site selection?

A região de Campinas já é um polo tecnológico reconhecido e representa grande parte do mercado de Data Centers no Brasil. Estar na região possibilita que os nossos clientes acessem uma rede de fibra óptica diversificada. A decisão pela cidade de Paulínia foi uma escolha estratégica que possibilitou a aquisição de um terreno deste porte com mais de 200.000m² para comportar a construção do campus e a conexão de energia do site diretamente na rede básica.

Esse é o primeiro data center da empresa no Brasil. Podemos esperar outros projetos de Data Centers para os próximos anos no país e também na América Latina?

Sim, a CloudHQ já possui um terreno no Rio de Janeiro em São João de Meriti com viabilidade de energia aprovada e em processo de obtenção das licenças de construção. No México, na região de Querétaro, temos um projeto de proporções semelhantes ao de Paulínia em estágio avançado de desenvolvimento. Outros países da América Latina também estão no radar com estudos em andamento para continuarmos a nossa expansão na região.

Como analisa o cenário da construção de hyperscalers no Brasil?

O Brasil continua muito aquecido no setor e com a demanda principalmente dos provedores de nuvem em franca expansão na região. O surgimento de novas tecnologias, a preparação para a chegada do 5G, cada vez mais dispositivos conectados, a digitalização da economia, entre outros, só reforçam a posição do Brasil como principal hub na América Latina e o seu enorme potencial de continuar esta expansão.

Quais são os desafios para a construção de centros de dados no país?

A CloudHQ possui diversos Data Centers construídos e em desenvolvimento ao redor do mundo em países como os Estados Unidos, Itália, Reino Unido, Alemanha, França, México, entre outros. A nossa experiência em explorar novos mercados e desenvolver projetos em países distintos ajuda bastante, pois temos muita bagagem com grande parte dos desafios que um projeto deste porte requer.

É claro que o Brasil, assim como outros países na América Latina, possui particularidades em relação a aprovações, normas técnicas locais, zoneamento e todo o processo de conexão de energia. Tivemos êxito em superá-los com o trabalho do nosso time de desenvolvimento e apoio de empresas e órgãos especializados locais.

Quais são as chaves para construir um Data Center eficiente e escalável?

O fato da CloudHQ construir Data Centers no formato campus é primordial neste sentido. Desenvolver um projeto em fases, com prédios de mesmo tamanho, porém com o terreno preparado e aprovações necessárias, subestação única que atende o potencial do projeto, construção dos ductos de fibra ótica que também beneficiarão o empreendimento como um todo. Além disso, um projeto técnico bem elaborado que beneficiam e maximizam o potencial de uso e aquisição de equipamentos críticos são chave para um desenvolvimento bem-sucedido que entende e acompanha as necessidades em constante evolução dos nossos clientes.