Os Data Centers são o coração pulsante da era digital. Essas infraestruturas complexas são críticas para a operação de uma ampla gama de serviços e aplicações que usamos em nossas vidas diárias, de streaming de vídeo até transações financeiras on-line. Com o crescimento da dependência da tecnologia, os desafios enfrentados pelos Data Centers também estão evoluindo. A gestão eficiente, a segurança dos dados e a adaptação às mudanças nas exigências do mercado tornam-se essenciais.

Nesse contexto, a inteligência artificial (IA) surge como uma poderosa aliada na transformação e otimização de Data Centers. A capacidade da IA de aprender, se adaptar e tomar decisões autônomas promete revolucionar a maneira como operamos essas infraestruturas críticas.

Para tratar desse assunto, tivemos o privilégio de conversar com Luis Montilla, Gerente de Infraestrutura da Tigo Colômbia, especialista na área de Data Centers e tecnologias da informação. Luis participou do Connect Cancún em 2023, um dos principais eventos da indústria de Data Centers em toda a América Latina, em que falou sobre como a IA desempenha um papel crucial na gestão e operação de Data Centers hoje, bem como como se espera que continue sua evolução no futuro. Na entrevista abaixo temos alguns dos pontos sobre o assunto.

Quais são os principais desafios que os Data Centers enfrentam hoje e como a inteligência artificial pode ajudar a enfrentá-los?

Os Data Centers hoje são ambientes que oferecem soluções para diversos campos da indústria e, de forma autônoma, fazem parte do ecossistema de comunicações que nos permite estabelecer condições ideais para garantir a gestão, segurança e administração da informação em um ambiente regido pelos parâmetros e necessidades do mercado. A inteligência artificial (IA) está ligada à maximização da eficiência e à garantia de ações ágeis e, em grande medida, autônomas, que minimizem os riscos operacionais e proporcionem condições que atendam aos requisitos de todos os sistemas instalados.

Qual será o papel da inteligência artificial na automatização de tarefas rotineiras na gestão de Data Centers e como isso influenciará a produtividade?

Não se trata apenas de produtividade e automatização de tarefas rotineiras aqui. A questão é sobre a criação de um sistema que, à medida que aprende tendências e necessidades, gera automaticamente condições operacionais que maximizam os recursos. Diante de novas necessidades, esse sistema deve ser capaz de gerar previsões e ações que permitam a operação contínua e o crescimento constante. Os parâmetros dentro da análise neural aqui desenvolvida não se limitam apenas às variáveis conhecidas relacionadas a ambientes ideais de climatização, uso de energia e espaço. Também considera como essas variáveis podem ser ainda mais sustentáveis e minimizar o impacto ambiental que poderia ser gerado por meio do uso otimizado dos recursos, maximizando os resultados do negócio.

Como a inteligência artificial pode melhorar o monitoramento e a supervisão em tempo real dos Data Centers e quais as vantagens que isso oferece?

Esse ponto é o mais direto e a evolução natural dos sistemas de controle que temos nos Data Centers da geração atual. Os sistemas de controle de diferentes fornecedores hoje estão inter-relacionados por um “guarda-chuva de gerenciamento”, um sistema de gerenciamento e controle de recursos que fornece relatórios, alertas e projeções a pedido dos usuários. No entanto, se dermos o próximo passo utilizando estruturas de deep learning, que fazem parte dessa evolução e autoaprendizagem das condições e necessidades do Data Center, a melhoria ocorrerá na prevenção e atualização imediata de tendências e mudanças, aproveitando os recursos restantes que a IA terá à sua disposição para garantir o serviço continuamente.

Como vê a evolução do papel da inteligência artificial na gestão e operação de Data Centers no futuro e quais são as principais tendências que antecipa?

É um pouco contrastante falar em IA para a gestão de Data Centers quando eles são a base de múltiplos processos e o sistema físico do que conhecemos hoje como IA, redes neurais e deep learning, sua passagem pelo machine learning e como está contido nisso e em tudo que faz parte da IA. Não é o que conhecemos sem Data Centers, e onde podemos abrigar tudo o que é necessário para esses sistemas de inteligência que nos permite usá-los de forma otimizada, ética e confiável. Mas depois de gerar aplicações para indústrias, bancos, marketing, olhamos para trás (por assim chamar os Data Center) e entendemos que o que roda e se executa nesses sistemas deve ser aplicado e controlado com a mesma IA ajustada às necessidades da indústria de telecomunicações e às necessidades variáveis econômicas, sociais, ambienteis e de uso constante de recursos.