Com o lançamento da cobertura 5G é natural que o noticiário destaque as grandes transformações já em fase de desenvolvimento por ISVs e indústrias de vários setores. Afinal, combinada a outros avanços, a conexão 5G de fato traz grandes oportunidades de ganhos de eficiência e criação de serviços. Drones em centros de logística, robôs interconectados em fábricas e plantações, dispositivos urbanos inteligentes e outras soluções para velhas dores e novos problemas ganham as condições de conectividade.

Neste contexto, a rede é apenas uma parte de todo esse potencial de inovação, mas certamente funciona como a “cenoura na frente do cavalo” da invenção de aplicações. Outro ponto de atenção, evidentemente, é a perspectiva de aplicações com requisitos pesados de ingestão de dados, processamento e tempo de resposta, além dos novos desafios de segurança.

A transformação disparada pela tecnologia 5G vai permitir que se faça melhor, mais rápido e com menor custo tudo que se fazia antes. E abre espaço para o que nunca foi feito. Nesse contexto, é mais do que uma evolução na conectividade. Por isso, mesmo especialistas em infraestrutura devem começar olhando “de cima para baixo”; ou seja, entender as aplicações e serviços que emergem sobre as novas arquiteturas de redes, data centers e dados.

Inteligência Artificial e Machine Learning em Automação sobre 5G

Os casos mais promissores, explorando as novas conexões, geralmente envolvem algum uso de aplicações de Analytics, Machine Learning e IA. Sincronização de cadeias de produção, reconhecimento de imagens, controle de equipamentos médicos, realidade virtual e outras modalidades de IA exigem bem mais das plataformas de processamento e dados.

Do ponto de vista da infraestrutura de computação, essa tendência deve ser destacada em qualquer decisão de refresh ou expansão. A boa notícia é que os fornecedores já oferecem plataformas otimizadas, como a tecnologia Deep Learning Boost.

Mais do que o incremento de performance, a otimização para esse tipo de aplicação envolve mudanças no microcódigo do processador, para dar conta da lógica da computação cognitiva.

Gestão da informação, do ciclo de vida dos dados, governança e custos

A baixa latência do 5G que o torna ideal para aplicações críticas tem como consequência a criação de aplicações críticas. Quando se propõem mudanças radicais nos modelos de aplicações e negócios, vêm também as questões de segurança, as regulações setoriais e outros novos desafios. Esse contexto, junto aos itens já mencionados, acentua as responsabilidades dos arquitetos de infraestrutura. Na prática, um bom desenho das estruturas de entrega de dados, storage e archiving vai fazer toda a diferença não apenas do ponto de vista de tecnologia e qualidade de serviço, mas também para as áreas de compliance e financeiro.

Performance dos acessos a dados nas aplicações 5G

Obviamente, uma rede mais veloz implica na entrega e a ingestão de altos volumes de dados. Ao mesmo tempo, o fundamento de muitas aplicações sobre 5G é a garantia de tempo de resposta.

Junto à demanda de alta capacidade de armazenamento e I/O, a nova geração de aplicações tende a aumentar a carga de dados não estruturados, como imagens ou leitura de sensores.

Os recursos da tecnologia 5G trazem muito mais do que ganhos incrementais e se tornam transformadores quando alinhados a outros eixos da Transformação Digital, como as inovações mencionadas na primeira parte deste artigo.

Para suportar as novas abordagens de aplicações, serviços e cadeias de valor, mudam também os paradigmas da infraestrutura.