A V.tal, empresa de soluções de infraestrutura digital neutra fim-a-fim, anunciou na semana passada um novo projeto de edge data center em Porto Alegre, o primeiro da companhia no Sul do país. A nova instalação terá uma potência total de 6MW e suporte para 400 racks em uma área de 7.000m2 e contará com investimento de cerca de R$ 250 milhões. Para comentar sobre todos os projetos em andamento e os planos de futuro da empresa, conversamos com Cícero Olivieri, VP de Engenharia.

Quais são os planos de expansão da V.tal para 2023?

Atualmente, a V.tal opera com dois edge data centers em Fortaleza, um no Rio de Janeiro e um em Barranquilla, na Colômbia, conectados por 26.000 quilômetros de cabos ópticos submarinos que ligam o Brasil à Argentina, Chile, Venezuela, Colômbia, Bermudas e os Estados Unidos e também se conecta à nossa extensa malha de backbone e backhaul de fibra óptica presente em todos os estados do Brasil. A companhia pretende inaugurar, ainda em 2023, seu segundo edge data center em Barranquilla, na Colômbia, e iniciar a construção do edge data center de Porto Alegre no próximo trimestre, com previsão de inauguração no segundo semestre de 2024. Também compramos recentemente um novo terreno em Fortaleza para construção do Mega Lobster, data center de escala (“hyperscale”), que tem previsão de inauguração em 2025.

Novos hábitos de consumo e novas aplicações que demandam cada vez mais um enorme volume de dados em alta velocidade requerem uma infraestrutura digital robusta para atender as novas evoluções. E a V.tal vem ocupar o papel dessa grande viabilizadora da conectividade e digitalização nas Américas.

Você poderia comentar sobre os mais recentes projetos da empresa, como o "Mega Lobster" em Fortaleza e o “V.OA” em Porto Alegre? Quais são as suas particularidades?

Sobre o Mega Lobster, em Fortaleza, teremos um hyperscale com potência total de 20MW na cidade para atender à crescente demanda de operadoras e OTTs locais e globais que estão expandindo na região e será totalmente integrado à estação de chegada de cabos submarinos e ao edge data center “Big Lobster”, localizados na Praia do Futuro. O novo data center se beneficiará da infraestrutura de fibra terrestre de alta capilaridade da V.tal para se conectar de forma diversificada a um ecossistema neutro, oferecendo às operadoras e OTTs soluções completas para acessar o PIX Central (Ponto de Troca de Internet) do Ceará, que registra o segundo maior volume de tráfego de internet no Brasil.

Em relação ao “V.OA” em Porto Alegre, teremos um edge data center com uma potência total de mais de 6 MW e suporte para 400 racks numa área de 7.000m2. Vamos oferecer os serviços de colocation (espaço, energia e remote hands), interconexão com as OTTs, CDNs e demais clientes presentes, além de acesso a todos os serviços ofertados pela V.tal nas suas redes terrestre e submarina nacional e internacional.

Assim como os todos os edge data centers da companhia, os dois irão se conectar com as nossas estações de cabos submarinos em todos os países em que operamos (Estados Unidos, Colômbia, Venezuela, Argentina, Bermudas e Chile) através de 26 mil quilômetros de cabos de fibra óptica. E essa infraestrutura da V.tal se conecta à nossa rede de fibra óptica terrestre em todos os estados brasileiros, a maior do país.

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Cícero Olivieri, V.tal – V.tal

Além do Brasil e da Colômbia, podemos esperar novos projetos da empresa em outros países nos próximos anos?

Neste momento, a nossa estratégia de expansão está voltada para o Brasil e Colômbia.

E com relação ao Brasil, além de Fortaleza, Rio de Janeiro e Porto Alegre, a empresa também analisa outras regiões?

Por motivos estratégicos não podemos divulgar os mercados exatos que estamos avaliando atualmente; porém podemos compartilhar que atualmente estamos estudando novas localidades no Brasil para implantações, todos apresentando demanda crescente de interconexão

Podemos ver uma tendência na descentralização dos investimentos do mercado de data centers de uma forma geral no país?

Estamos acompanhando o crescimento da demanda das operadoras, provedores e OTTS fora do eixo Rio-São Paulo e podemos dizer que há um aumento no uso da internet e aplicações mais sensíveis à latência, como, por exemplo, jogos online. E com o surgimento de novos serviços relacionados ao 5G e IA, que também necessitam de baixa latência, vamos ver essa demanda crescer ainda mais.

O edge data center é o que melhor se adapta a realidade atual e do futuro, com o boom da Inteligência Artificial e as novas tecnologias?

A tendência é que, diferente do que vivenciamos até então, poucos milissegundos façam toda a diferença na experiência de uso dessas aplicações. E isso depende não só de uma rede robusta de fibra óptica, mas também de ter cada vez mais conteúdo e processamento das informações próximo do usuário final. A V.tal viabiliza dois dos mais importantes elementos para computação em borda/edge computing, uma rede resiliente e de alta qualidade e um parque de edge data centers.

A implantação do 5G na telefonia móvel vai viabilizar a aplicação de soluções de IA, IoT, Machine Learning, etc. E estas inovações precisarão de resiliência, redundância, baixíssima latência, cloud computing e edge computing, além de capilaridade e capacidade de transporte de grandes volumes de dados.

Ou seja, toda a evolução digital vai passar por estruturas de data centers ou edge data centers e fibra óptica, e a V.tal com a sua capilaridade e infraestrutura digital será um player viabilizador das novas soluções.